Da Redação | Foto: Marcelo Lelis

Surgido no Rio de Janeiro, o choro é um gênero musical conhecido pela sua inquietude e velocidade. O estilo se espalhou por todo Brasil e se modificou conforme chegava em uma nova região. Foi buscando explorar essas diversas sonoridades que o “Sotaques do Choro” foi criado. O projeto viaja pelos estados brasileiros promovendo pocket shows com grupos locais de Choro e exibindo o filme “Plauto, um sopro musical”. Agora, é a vez de Belém receber o “Sotaques do Choro”! O evento acontece nesta sexta (23), às 20h10, no Cine Líbero Luxardo. Os ingressos já estão à venda no site da Sympla e na bilheteria do cinema por R$12.

A iniciativa  “Sotaques do Choro” é realizada  pela Lança Filmes, empresa especializada no ramo do audiovisual e distribuidora do filme exibido no evento. O principal objetivo da distribuidora, além de divulgar o documentário sobre a vida do falecido flautista Plauto Cruz, é explorar como esse gênero musical foi tomando diferentes formas em cada região, com o choro tocado no Rio de Janeiro sendo diferente do que é tocado na Bahia, por exemplo. Percorrendo todo o Brasil, o projeto já esteve presente em Salvador, Natal, Potiguar e Ribeirão Preto.

A Coordenadora de Programação da Lança Filmes, Gabrielle Gazapina, explica que o projeto surgiu de um artigo escrito por Matias Pinto, graduado em Música pelo Centro Universitário Metodista. No trabalho, Matias explorou as diferenças de sonoridade do choro dependendo da região em que ele é tocado. “O objetivo do projeto é chegar em cidades que o filme ainda não chegou. Em Belém vamos fazer essa sessão especial, que com certeza será uma experiência única para quem estiver presente. O projeto engloba três ações: a primeira é a apresentação do grupo de choro; depois, uma conversa sobre regionalismo musical onde o próprio grupo conta um pouco da sua história, experiência e seu sotaque; e, por fim, segue a exibição do filme ‘Plauto, um sopro musical’”, explica a coordenadora.

No evento em Belém, quem vai se apresentar é o grupo “O Mercado do Choro”, criado em 2013, e que tem como principais compositores, os músicos Carla Cabral, Diego Santos, Tiago Amaral e Gabriel Ventura. Carla Cabral, cavaquinista do “O Mercado do Choro”, fala que o grupo está muito feliz em participar de um projeto que envolve o mestre flautista. Ela faz questão de destacar como a obra de Plauto e, de muitos outros, ainda é pouco difundida.

Sobre as características do choro no estado do Pará, o clarinetista Tiago Amaral comenta sobre as influências e transformações que o gênero passou, junto com outros diversos estilos, ao chegarem na região Norte. “O ‘sotaque’ do choro em Belém é fundamentalmente caribenho, gênero que tanto influenciou a Amazônia da primeira para a segunda metade do século vinte, por meio das transmissões de rádio que chegavam com uma certa facilidade aqui no Norte do Brasil. […] Então, no momento de compor e executar o choro que eles (os músicos da época) ouviram, eles já executavam com muitas nuances melódicas e rítmicas caribenhos, como merengue, salsa e cúmbia”, explica o músico.

Carla Cabral complementa a fala do companheiro dizendo que “o choro é uma linguagem, então enquanto linguagem a gente só tem a crescer com essas outras linhas musicais que convivem com a gente. Participar de um trabalho chamado de ‘Sotaque do Choro’ é de uma grandiosidade, é falar sobre música brasileira e sobre suas relações com cada região, porque é um continente esse país”, finaliza.

Com uma ótima recepção por onde passa, a organização do evento está com grandes expectativas para a sessão em Belém e ansiosa para ouvir o grupo de choro que foi convidado para participar. “A gente tá junto com ‘O Mercado do Choro’. Eles tem um história bem expansiva no choro e na valorização desse gênero na região, então a gente tá bem feliz de tê-los como parceiros”, afirma Gabrielle Gazapina.

Sobre Plauto Cruz

Plauto Cruz, o músico retratado no filme, foi um flautista nascido em São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, em 1929, e um dos grandes expoentes do choro no estado. “Plauto, um sopro musical” é um documentário sobre o músico, que tem direção de Rodrigo Portela e duração de 90 minutos. O filme retrata a trajetória do flautista entrelaçando arquivos históricos com cenas ficcionais que reconstituem grandes momentos de sua história.

Serviço:

Sotaques do Choro em Belém com show do “O Mercado do Choro” e exibição do filme “Plauto, um sopro musical”

Data: 23 de Fevereiro

Horário: 20h10

Local: Cine Líbero Luxardo, Avenida Gentil Bittencourt 650, Belém

Ingressos na bilheteria do espaço ou no site Sympla.com