Encantando o público com a magia amazônica, Festival Jambu Live 2023 teve seu início na última sexta-feira (24), em Belém

Da Redação | Foto: Stela Abreu

Homenageando Dona Onete, a Diva do Carimbó, o Jambu Live 2023 animou a noite belenense. O Festival fez jus ao objetivo de celebrar e exaltar a cultura paraense, com uma programação eclética e diversificada, indo do carimbó ao samba e ao rock. Oficialmente aberto, o Jambu Live segue até o dia 26 de novembro, no Memorial dos Povos.

A abertura do evento ficou a cargo do projeto “Vozes EMUFPA”, da Escola de Música da UFPA, com a participação da discente de comunicação e quilombola, Heloiá, e da Açaí Jazz, outro projeto da EMUFPA. Sendo a primeira a se apresentar, Heloiá trouxe uma dança com movimentos e passos afros e se embalou pelo palco do Jambu Live 2023 ao som da musicalidade preta brasileira. Sua roupa também foi escolhida com base em sua ancestralidade afroamazônida, e ela buscou mostrar a resistência dessa cultura no Pará e no Brasil.

Ela conta que ficou muito feliz com o convite para se apresentar no Festival e que sempre teve vontade de mostrar sua dança no evento. “Eu sempre acompanhei as lives, então pra mim foi uma honra receber esse convite e mostrar a minha ancestralidade, mostrar toda a minha carga de ancestral, mas também de experiência com o tipo de dança africana, pra mim foi muito importante. Então eu baseei a escolha musical toda em músicas afros e a minha coreografia também, junto com o meu traje, com meu look, pra mostrar, pra falar, da nossa resistência, o que é a cultura preta, o que é a cultura afroamazônida, que é muito visível sim aqui, e é muito importante a gente dá essa representatividade num espaço como esse, tendo essa oportunidade de mostrar”, ressaltou.

A apresentação que fechou a primeira atração do Jambu Live trouxe músicas da grande diva do carimbó, Dona Onete. O projeto “Vozes EMUFPA” agitou a plateia presente cantando grandes sucessos da professora e carimbozeira, como “Banzeiro” e “Boto Namorador”, além de outras músicas conhecidas. A homenagem chega no período em que a obra musical de Dona Onete foi reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

Joelma Bezerra, professora de canto popular e coordenadora do “Vozes EMUFPA”, comentou que o convite para a apresentação veio da coordenação do Jambu Live e que Dona Onete foi selecionada por nunca ter sido trabalhada no “Vozes”. “Nós nunca tínhamos trabalhado Dona Onete. Então eu digo: pronto! Então é de Dona Onete que a gente vai! E foi um exercício técnico vocal maravilhoso pro pessoal, eu desenvolvi vocalizes que preparam a voz para se cantar carimbó e esse repertório, que é um repertório diferenciado. Então foi maravilhoso. E assim, eles gostaram muito. A gente fez a seleção, e os arranjos são todos de um aluno de contrabaixo da Escola de Música, o Yuri Braga, os vocais são criações coletivas dos alunos, então foi um exercício maravilhoso de criatividade musical, de musicalidade, de sonoridade, de timbrística regional. Então foi contagiante, e tudo isso a partir de um processo de construção de conceitos musicais dentro de um repertório regional”, explicou.

A cantora Nirah Duarte veio em seguida, balançando o público do Jambu Live com muito tecnobrega e cantando covers de grandes sucessos atuais desse gênero tipicamente paraense. Ela também cantou seu mais novo lançamento: “Combo Perfeito”, nos palcos do evento, levando o público a dançar e se agitar durante sua passagem pelo Festival. Depois de Nirah, foi a vez do sambista Luizinho Moura assumir o controle da festança. Ele cantou as músicas de seu álbum “New Bamba”, lançado por uma parceria do cantor com o Circuito Jambu Multicultural – o projeto de extensão que engloba os projetos Jambu Live e Portal Jambu.

Luizinho é formado em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da UFPA, e atuou na primeira edição do Jambu Live, trabalhando na produção do evento. “Tá sendo além de tudo um orgulho pra mim, de voltar depois de quase 4 anos aí nesse Festival que cresceu demais e tomou uma proporção muito grande. Antes, na primeira edição do Festival era eu, o Marcos que continua na produção, a Regina coordenadora, e um sonho de fazer o festival e mais de 70 apresentações aí. Hoje ele tá um festival muito enxuto, tá um festival muito mais bem estruturado, e pra nós artistas é muito bom chegar no Jambu e ver tudo bonitinho pra fazer, e pra apresentar nossa música, o nosso show, isso pra gente foi muito legal. Está apresentando hoje um álbum que teve o apoio do Jambu Live que foi o New Bamba. Então muito orgulho, muita felicidade de ter participado disso tudo, e pro Jambu eu só desejo o melhor!”, disse.

Em seguida a apresentação de Luizinho, a cantora Marina Moraes trouxe os gêneros e ritmos que embalam sua carreira: o reggae, o rock e o pop. No final de sua apresentação, ela cantou sete músicas autorais inéditas, uma surpresa especial aos palcos do Jambu Live 2023. Depois dela, foi a vez do trio Eduardo Du Norte e Os Tambores Encantados finalizarem a primeira noite do evento com muito batuque e um instrumental quase místico, casando perfeitamente com o tema “Feitiços da Amazônia” da edição deste ano.

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