Da Redação | Foto: Pablo Henriques
Escrita pela atriz Cláudia Abreu, o espetáculo “Virginia” é um monólogo onde a personagem principal é a escritora britânica, Virginia Woolf. O texto da peça resulta dos diversos atravessamentos que a autora inglesa provocou em Claúdia durante sua trajetória, e é fruto de um longo processo de experimentação e pesquisa que durou mais de cinco anos. Tendo a vida e as obras de Virginia como motores de criação, o espetáculo chega a Belém para três sessões no Theatro da Paz, de sexta (12) a domingo (14), às 20h. Os ingressos podem ser comprados na bilheteria do teatro ou pela internet, por meio do site Ticket Fácil.
O texto da peça foi concebido como inventário íntimo da vida de Virginia Woolf, que em seus últimos momentos rememora acontecimentos importantes em sua vida. Estruturalmente, a dramaturgia se apoia no recurso mais marcante da literatura de Woolf: a alternância entre fluxos de consciência, modo capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias que estavam sempre presentes em sua mente.
“Fazer o monólogo foi uma opção natural neste processo, pois todas as vozes estão dentro dela. Eu nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas a personagem me impeliu para isso”, analisa Claudia, cujo processo de criação se desenvolveu a partir de uma série de improvisações que fez ao longo dos últimos anos, em especial durante o período pandêmico, já acompanhada por Amir Haddad, que dirige a peça.
Cláudia começou sua relação com Virgínia Woolf com “Orlando”, em 1989, com encenação assinada por Bia Lessa. O espetáculo recebeu o mesmo nome do romance da escritora inglesa, publicado em 1928. Aos 18 anos, a atriz teve um contato inicial com as obras clássicas da autora britânica, como ‘Mrs Dalloway’, ‘Ao Farol’ e ‘As Ondas’. Depois dessa fase, somente em 2016 que Cláudia Abreu imergiu definitivamente no universo literário de Woolf, após receber indicação de uma professora de literatura. Ao ler e reler algumas produções, bem como as memórias, biografias e diários, surgiu na atriz a vontade de escrever sobre Virginia.
“Eu me apaixonei por ela novamente. Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”, questiona Cláudia Abreu.
A atriz enxerga a peça como um marco da maturidade de sua trajetória e destaca que o texto vem do desejo que realizar algo que lhe tocasse, do que lhe interessa a falar atualmente: temáticas como o ser humano, as dores da existência, as incertezas da criação artística e também sobre as condições da mulher ontem e hoje. Ela aponta que não conseguiria fazer uma personagem profunda como “Virginia” sem suas vivências pessoais e teatrais atuais. A peça tem direção de Amir Haddad e co-direção de Malu Valle.
Serviço:
Peça “Virginia”, de Cláudia Abreu
Datas: De 12 a 14 de abril.
Horário: Às 20h.
Local: Theatro da Paz, Avenida da Paz, S/N – Bairro da Campina.
Ingressos: Bilheteria do teatro ou através do site TicketFácil.
Classificação indicativa: 14 anos.