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Por Rafael Arcanjo | Foto: João Urubu

Nesta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, Ressoa, artista não-binária, lança, em todas as plataformas digitais, o seu EP homônimo. O disco tem cinco faixas e traz muita identidade e poesia, bem como buscar subverter as barreiras, dificuldades e preconceitos enfrentados pelas pessoas trans da Amazônia. Outro objetivo do EP é fortalecer o Movimento Themonias, do qual Ressoa faz parte. 

Segundo Ressoa, o disco traz a sua visão de mundo nas canções, e elas são um encontro de sua poesia com os arranjos e intervenções dos produtores. “Minhas canções trazem um pouco da consciência de mundo que eu tenho, sobretudo no que tange identidade, afeto e cidade. O EP é um encontro da minha poesia com os arranjos de João Paulo Daibes e a intervenção de Almino Henrique como Beatmaker, eles enquanto produtores musicais desse projeto que visa repercutir as experiências desse corpo fora do eixo binário como uma perspectiva – esperançosa – para outras corpas que lutam pelo direito de existir”, explica.

As músicas ressaltam as sonoridades da música popular e folclórica brasileira, com a proposta de ser um ponto de confluência entre a música produzida na região Norte e a música contemporânea mundial. “RESSOA” traz como gênero predominante em suas faixas o samba. “Sempre busquei pelo som genuíno das palavras que eu canto, por isso o meu trabalho musical tem o nosso sotaque, para ser – literalmente – uma expressão emitida da Amazônia para o mundo” conta.

O processo de seleção do nome do EP aconteceu nos últimos momentos da gravação, e Ressoa o selecionou para evidenciar sua não-binariedade, pois as pessoas lhe confundem com uma mulher trans, por lhe conhecerem como Helena Ressoa. “A fim de evidenciar minha não binariedade, logo, o título do EP é um marco para a minha representatividade de gênero”, comenta.

De acordo com Ressoa, a expectativa por trás do disco é que o público se reconheça nas poesias presentes nele e subverta suas fragilidades. O EP tem uma sonoridade amazônida rica, e chega para instigar a reflexão acerca da singularidade de cada indivíduo, chamando os ouvintes para sentir a vibração do chão, e despertarem para as lutas pessoais e coletivas.

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