Por Kelvyn Gomes | Foto: Reprodução Arquidi. de Sorocaba
Se você está em busca de um amor, tá na hora de ter uma conversa séria com Santo Antônio. O primeiro dos santos da quadra, conhecido como casamenteiro na tradição católica, ainda que não haja registros sobre pregações relacionadas diretamente ao matrimônio, tem no seu legado, por outro lado, o de defensor dos humildes e da compaixão.
Nascido Fernando de Bulhões, ficou conhecido pela inteligência, boa memória e por viver de acordo com suas pregações, contra as injustiças sociais. Alimentava pobres e doentes com pães produzidos no próprio mosteiro, e ajudava jovens pobres a conseguirem dotes para seus casamentos. Daí as crenças de que o famoso pãozinho simboliza fartura e garante que nunca lhes falte alimento, bem como a fama de casamenteiro.
As crendices sobre Antônio contam que caso ele não atenda seu chamado, você pode castigá-lo. Vire-o de cabeça para baixo, tire o menino Jesus de seus braços, ou afogue-o na cachaça até ele lhe arrumar um casamento. E agora é o momento! Por acaso, no Brasil, diferente do restante do mundo, comemora-se o dia dos namorados, colado ao dia de Santo Antônio. Apesar da proximidade entre as datas, a ideia de criar o dia dos namorados em junho no país foi do publicitário João Dória, em 1948. Uma data meramente comercial, já que junho era considerado um mês de desaquecimento das vendas do varejo.
Ainda assim, muitas histórias de amor começam em junho. Pedro e Vanderson se conheceram em uma festividade de Santo Antônio de Lisboa, no bairro de Batista Campos. Os dois nem tinham a pretensão de iniciar um relacionamento naquele momento. Mas viram na situação um sinal de que ali havia a possibilidade de um novo amor. “É muito estranho você conhecer alguém assim, do nada. Os dois frequentam a festividade e nunca tinham se encontrado antes. Justo agora, quando eu menos estava disponível para um relacionamento, encontrei ele. Marcamos de nos vermos nos outros dias da festividade, depois fora dali, e esse ano voltamos para agradecer pelo encontro. Quem sabe até não vem um casamento por aí”, contaram os jovens empolgados.
Já Ananda e Bruno se conheciam há algum tempo. Ano passado, no dia dos namorados, em um bota fora com amigos, os dois ficaram pela primeira vez. A data, antes rejeitada por eles, agora marca o início do relacionamento do casal. “Temos amigos em comum, frequentamos os mesmos lugares, moramos próximo um do outro, éramos amigos. Confesso que nunca tinha pensado nele dessa forma. Mas aí, a gente começou a flertar, acabou se envolvendo e hoje estamos aqui. De um bota fora do dia dos namorados, o dia 12 virou nosso aniversário de namoro”, lembrou.
Ainda que Antônio não fosse de fato um casamenteiro e o dia dos namorados não não tenha sido pensado por um romântico apaixonado, que essas datas, agora culturalmente estabelecidas, nos transmitam amor, para que nunca nos falte amor, todas as formas de amor.