Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação
O Chefe de cozinha Hélio Júnior disponibilizou recentemente no You Tube o documentário que mostra o projeto “Moqueio Amazônico”, desenvolvido no município de Curuçá, no Pará. A iniciativa foi selecionada pelo Edital de Cultura Alimentar da Lei Paulo Gustavo 2024 e busca resgatar e promover o fazer culinário amazônico, perpetuando ensinamentos que atravessam gerações.s
No documentário, o público é convidado a participar de uma jornada de sabores e histórias. O vídeo apresenta não apenas as técnicas culinárias, mas também a riqueza humana e cultural que permeia cada prato.
Influenciado pela técnica ancestral do moqueio de peixe, Chefe Hélio propõe,a partir do projeto educar e documentar, uma das práticas mais tradicionais da culinária amazônica. Além disso, o projeto oferece aos participantes uma experiência imersiva no preparo de pratos tradicionais, destacando o papel da cultura alimentar na construção da identidade local e na preservação da história regional.
A ideia nasceu da paixão de Hélio pela culinária paraense e de sua preocupação com o impacto da globalização nas práticas alimentares tradicionais, um tema bastante discutido por pesquisadores da área da alimentação e outros fazedores de cultura. Observando o distanciamento dos jovens em relação à herança culinária local, o chef idealizou um projeto que unisse educação, prática e vivência cultural. “Queríamos criar algo que não só ensinasse, mas conectasse as pessoas à essência da nossa cultura alimentar, mostrando a importância de preservar essas tradições”, destaca o chefe de cozinha.
O projeto combina aulas teóricas e práticas em um ambiente autêntico, em Curuçá, permitindo que os participantes aprendam tanto as técnicas quanto a história que envolve o moqueio e outros pratos icônicos da região. Além disso, o contato direto com a população local agrega ainda mais experiência aos participantes, fortalecendo o vínculo entre tradição e inovação gastronômica.
A valorização do moqueio de peixe é mais do que uma questão culinária; é um ato de resistência cultural. Em um momento em que, acredita o idealizador do projeto, tradições correm o risco de desaparecer, iniciativas como essa são essenciais para documentar técnicas e promover ingredientes locais. “A culinária é um livro vivo da nossa história. Preservar práticas como o moqueio é garantir que as próximas gerações conheçam e valorizem sua identidade”, reforça Hélio.
Além de resgatar e preservar memórias e técnicas, o projeto tem como objetivo educar, promovendo oficinas para diferentes públicos, desde jovens locais, até turistas interessados em conhecer mais sobre a gastronomia amazônica.