Portal Jambu

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação

Iniciado há pouco mais de 1 ano, o Clube do HQ, coletivo que vem movimentando a cena cultural de Belém com encontros mensais voltados à leitura e discussão de histórias em quadrinhos, especialmente as produzidas no Pará. Inspirado em clubes de leitura tradicionais, o projeto adapta esse formato para o universo dos quadrinhos, promovendo rodas de conversa em livrarias, bibliotecas, espaços abertos e centros culturais da capital e da região metropolitana. O projeto já realizou 26 encontros temáticos e 12 atividades extras, entre oficinas criativas e ações de preservação de quadrinhos raros. O Portal Jambu conversou com Renan Souza, um dos idealizadores e coordenadores do projeto para conhecer mais sobre a iniciativa.

Renan Souza, um dos organizadores do Clube, explica que o projeto nasceu como uma forma de expandir a ideia que as pessoas têm sobre as histórias em quadrinho e mostrar, além de valorizar, a produção local. “Queremos mostrar que os quadrinhos vão muito além da Marvel e da DC. Há muita produção potente sendo feita por aqui, e nossos encontros são uma forma de conectar essas histórias com diferentes públicos”.

Segundo ele, o projeto é conduzido por estudantes de Biblioteconomia, mas atrai participantes de diferentes cursos e faixas etárias. “A gente percebe que o quadrinho tem um poder muito grande de aproximar as pessoas. Já tivemos participantes que diziam não gostar de HQs, mas que mudaram de ideia ao entrar em contato com as produções paraenses nos encontros. Nossa ideia é justamente essa: democratizar o acesso, gerar trocas e valorizar os artistas locais”, afirma Renam.

Além das leituras e discussões, o Clube HQ realiza oficinas técnicas voltadas à organização de acervos e preservação de materiais, atividades pouco visibilizadas, mas essencial para manter viva a memória das publicações. “Tem muita coisa rara sendo produzida e circulando por aqui. Se não cuidarmos agora, corremos o risco de perder esse patrimônio gráfico-cultural”, explica Renan, que também é estudante de Biblioteconomia.

Como uma forma de inserção social, o projeto também busca garantir a acessibilidade dos participantes. Todas as atividades são gratuitas e não é necessário ter lido o quadrinho antes do encontro. “Isso quebra uma barreira muito comum nos clubes de leitura. As pessoas podem conhecer a obra ali, na hora, e participar da conversa de forma leve. Queremos que todos se sintam bem-vindos”.

Embora a maioria dos encontros aconteça nos bairros de Belém, o coletivo já levou a proposta para cidades como Ananindeua e até Marabá, no sudeste do Pará. Para o futuro, Renan tem boas expectativas para o coletivo. “A gente quer crescer, alcançar mais cidades, mais leitores e também chamar a atenção dos quadrinistas da região, que podem ver no Clube HQ uma vitrine para suas criações”.

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