Por Felipe Vilhena*
Nesta quinta-feira (13), celebra-se o Dia Mundial do Rock. E para celebrar a data, o Studio Pub, a partir das 19h, convida a banda paraense Pink Floyd Project, que tocará os clássicos de uma das bandas mais importantes da história do rock mundial e do rock psicodélico. O grupo planeja homenagear o ex-membro e já falecido integrante do Pink Floyd, Syd Barrett, uma figura importante dentro e fora da banda que ele mesmo ajudou a fundar. O evento acontecerá no espaço do Studio Pub, localizado na travessa Presidente Pernambuco. O primeiro lote custa R$ 20 e os ingressos estão disponíveis no site da Sympla ou no próprio estabelecimento do Studio Pub.
O dia 13 de julho é considerado o Dia Mundial do Rock por conta de 1985. Nessa ocasião, ocorreu o que muitos consideram o maior evento voltado para o gênero de todos os tempos: o Live Aid, um show que ocorreu simultaneamente na Inglaterra e na Finlândia. Muitas das bandas mais importantes da história passaram pelo evento, como Black Sabbath, The Who, Led Zeppelin, Queen, Rolling Stones e muitos outros artistas de prestígio. Por conta dessa grande reunião de figuras importantes, Phil Collins propôs no mesmo dia, 13 de julho, que esse fosse lembrado como o “Dia Mundial do Rock”. Porém, essa tradição é mais seguida no Brasil, porque durante os anos 90 duas rádios Paulistas, a Rádio Rock e a FM 97 (atual Energia 97), começaram a mencionar a data e comemorá-la. Depois de um tempo a data se popularizou entre os ouvintes e, em alguns anos, por todo território nacional.
A banda Pink Floyd Project, chamada para tocar na quinta-feira junto do DJ Junior Soares e da banda paraense Junoplast Cave, é bastante conhecida não só pelos fãs de Pink Floyd aqui no Pará. A figura escolhida pela banda é bem curiosa. A escolha de Syd Barrett não se dá apenas por estar ligado diretamente ao grupo o qual a banda faz cover. Syd deixou um legado muito maior que Pink Floyd.
Guitarrista e vocalista, Barrett foi um dos principais motivos pelos quais a banda foi associada ao longo dos anos ao rock psicodélico. Sua genialidade para compor músicas, infelizmente, usava como combustível as drogas, mais especificamente o LSD, e seus prováveis problemas de ordem psicológica. Seu comportamento e saúde decaíram a tal ponto que em meados de 1968, ano em que foi expulso da banda, o músico não tinha condições de comparecer a ensaios e shows, chegando a nem ser convidado a comparecer pelos outros membros. Mesmo tendo envolvimento mais direto nos dois primeiros álbuns do Pink Floyd, seu estilo artístico ainda atravessava a sonoridade da banda nos próximos anos. O exemplo mais notório foi sua participação durante a mixagem do álbum “Wish You Were Here”, pois nessa ocasião o artista apareceu de surpresa na gravadora e acabou ouvindo algumas músicas e dando sua opinião sobre. Entre elas estava “Shine on You Crazy Diamond”, música dedicada diretamente ao Syd Barrett. Segundo os envolvidos, Syd disse achar que a música soava meio velha.
A escolha do artista por parte da Pink Floyd Project não é apenas interessante pelas músicas compostas por Syd, mas a escolha de uma figura tão curiosa para homenagear no dia mundial do Rock mostra o quanto esse é amorfo, livre e libertador, características defendidas por grandes nomes do gênero, principalmente pelo Pink Floyd. Homenagear uma das figuras base do rock mundial ao lado da banda Junoplast Cave, contemporânea e paraense, só evoca esse ideal “rockístico” de mostrar que qualquer um pode se juntar ao movimento e gritar o que está de errado com o mundo a sua volta. O ideário do rock sempre combinou com os oprimidos e sem espaço, e esse evento evidencia isso mais do que nunca.
Serviço:
Evento: Dia Mundial do Rock- Especial Syd Barrett
Local: Studio Pub – TV. P. Pernambuco, 277
Data: 13/07
Horário: 19h
Ingressos: R$ 20 no Sympla ou sede do Studio Pub
O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.
Foto de Capa: Bruno Rafael
* Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira