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Por Kelvyn Gomes/Arte: Divulgação

A produtora PESTUDIO realiza, nesta quinta-feira, a partir das 20h, uma programação cultural para lançar o documentário “Oh Vila da Barca Boa!”. Além da exibição do curta, a programação conta ainda com apresentações musicais e do clube de leitura da Biblioteca Itinerante “Barca Literária”. As apresentações acontecerão na Passagem Praiana, na própria Vila da Barca.

Com roteiro de Felipe Cortez e direção de Junior Braga, o curta-metragem apresenta as potencialidades e os desafios de uma das maiores comunidades sobre palafitas da América Latina. “É um sonho antigo dos moradores e lideranças da comunidade”, conta Pawer Martins, produtor e idealizador da iniciativa.

O roteirista do projeto, Felipe Cortez, lembra que em 1964 o cineasta e escritor Renato Tapajós havia produzido o documentário “Vila da Barca”. Tapajós concebia uma obra “mais fotográfica”, explica o roteirista. O filme de 64 apresenta o cotidiano da comunidade e depois dele outras produções acabaram retratando a Vila da Barca como esse lugar da “pobreza, da fome, da miséria, da dificuldade, da tristeza, da violência, sempre com olhar de fora, do que a sociedade entende que representa esse espaço”, explicou ao Portal Jambu.

Imagens documentário “Vila da Barca” de Renato Tapajós

60 anos depois, a partir de uma iniciativa dos moradores da comunidade, um novo documentário sobre a Vila da Barca será lançado. Com um olhar da própria comunidade, o curta deve apresentar uma outra versão do lugar. “Com esse olhar de quem vive, nesse momento muito específico, hoje a Vila da Barca deixa de ser vista pela cidade como um espaço da violência, mas sobretudo como um centro produtor de alegria, de cultura e de arte, junto às pessoas que vivem esse lugar, com um olhar de dentro”, esclareceu Cortez, responsável por outros trabalhos do gênero, como  “Mosqueiro: Ilha dos Sabores” e “Iracema e o Brinquedo de Voar”.

Fotos: Pawer Martins

Junior Braga, que assina a direção do curta documental, lembra que cresceu próximo a comunidade. Mas imergir desta forma na realidade do lugar foi uma experiência nova. “Aprofundar essa imersão, conhecer mais pessoas, conhecer mais histórias, conhecer o histórico de lutas, de engajamento, de vivência dessa comunidade, foi muito bacana, foi fundamental até pra minha vida mesmo”, relata o diretor.

Além do diretor do documentário, o público também vai poder imergir na realidade da comunidade a partir de entrevistas e imagens do cotidiano da Vila da Barca e do relato de moradores como a assistente social Flaviana Barroso, que esteve à frente da fundação da Associação de Moradores na década de 1980. A líder comunitária considera que o documentário é importante por dar visibilidade à atuação dos moradores e suas lutas sociais.

Fotos: Pawer Martins

“Na Vila da Barca existem muitas entidades sociais que lutaram todos esses anos para o desenvolvimento da comunidade por melhorias nas condições de vida, educação, saúde, e isso fica registrado na memória dos moradores. Então agora, com a realização desse documentário, a gente vai poder visualizar tudo que esta comunidade desenvolveu durante todos esses anos. Essa florescência dos movimentos sociais, das lutas. As pessoas vão poder ver a produção de tudo isso que aconteceu dessa comunidade”, considera a líder.

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