Da Redação | Foto: Bruno Cecim – Ag. Pará
As gravações do curta-metragem “Carrinho de Rolimã – Uma Aventura em Alta Velocidade” iniciaram nesta quarta-feira (12), em Outeiro. O tema central da produção é as descobertas da infância que surgem a partir de brincadeiras de rua. Com realização da produtora Cine Diáspora, a previsão é que o curta tenha sua pré-estreia em 12 de outubro, em alusão ao Dia das Crianças.
O elenco conta com mais de 20 crianças moradoras da ilha e o filme terá como cenário as ruas de Outeiro, assim como a Escola Municipal Helder Fialho Dias. De acordo com sinopse da produção, o filme é: “Uma competição de carrinho de rolimã agita a Ilha de Outeiro. Dandara e Ayara querem participar do torneio, mas, para isso, precisam construir o mais veloz carrinho e superar os desafios da infância”. As gravações em Outeiro seguem até este domingo, dia 16.
“Queremos tirar o estigma da violência e carência das nossas periferias, e mostrar as habilidades desenvolvidas pelas pessoas que nelas moram, que utilizam os recursos que possuem para construir novas experiências”, diz Rafael F. Nzinga, roteirista do curta e criador da produtora Cine Diáspora.
De acordo com o roteirista, a escolha da Ilha de Caratateua como ambientação da produção partiu da ideia de exaltar os pontos positivos das comunidades periféricas. Para isso, o próprio Distrito de Outeiro será um personagem da obra e mostrará o encontro da natureza e da urbanidade que tornam a ilha um lugar especial e turístico da Região Metropolitana de Belém.
“O carrinho de rolimã foi uma brincadeira muito recorrente na década de 90 e simboliza bem um passado não tão distante onde as ruas eram a maior opção de diversão, principalmente para as crianças periféricas. A falta de recursos e aparelhos tecnológicos, imposta a essas populações, fazia com que suas habilidades manuais e criatividade se sobressaíssem”, enfatiza Rafael F. Nzinga.
Ainda segundo o roteirista, “Carrinho de Rolimã” abordará temas como sociabilidade na infância, bullying, machismo, respeito aos mais velhos e a luta antirracista. “Buscamos dar leveza a temas que são complexos, utilizando o humor e a aventura para atrair o público e fazer o telespectador refletir e se divertir através da obra”, adianta.
Entre os últimos dias 22 e 24 de maio, o elenco participou de uma oficina de interpretação para cinema. A responsável pela preparação dos pequenos atores foi a diretora e roteirista Tarsila Rosa. Ela explica que as dinâmicas das oficinas, realizadas na Escola Municipal Helder Fialho Dias, foram construídas seguindo o roteiro do filme.
“A gente tem, por exemplo, uma das cenas em que uma menina sofre discriminação de gênero, ao ouvir que meninas não podem participar de disputas de carrinho de rolimã. Então, na oficina, eu procurei introduzir o tema do machismo junto às crianças em rodas de conversa, para que elas refletissem sobre o assunto, entre outras pautas presentes no roteiro”, diz Tarsila Rosa.