
É assim que se apresentam os integrantes da banda formada em 2017, Os Renascentistas, que acaba de lançar seu primeiro álbum de nome homônimo. Jucca e Ian, fundadores da banda de rock paraense, declaram o nome do álbum como uma espécie de provocação poética, uma recusa em se dobrar às expectativas ou convenções da indústria, sem perder a intensidade de quem quer dizer algo importante com cada acorde. O Portal Jambu foi conhecer um pouco da trajetória do grupo que completa 8 anos em 2025.
Com influências que vão do rock alternativo ao indie, passando pela música brasileira, Os Renascentistas gostam de experimentar. O resultado, para eles, tem sido composições e arranjos que oscilam entre a melancolia e a explosão sonora, e letras que misturam ironia, dor e esperança. É essa mistura sonora e emocional que vem sendo construída desde os primeiros shows em Belém e que ganhou visibilidade em festivais como o FMI (Festival de Música Independente), onde tocaram em 2021 e 2022.
Em 2020, Sophia entrou na formação e trouxe mais camadas ao som da banda. Guitarrista, backing vocal, designer gráfico “nas horas vagas”, como brinca, ela chegou para somar à energia do grupo. “A gente se entende muito pela linguagem da música, mas também pela amizade. É uma relação de confiança mesmo”, comenta Sophia.
O lançamento do primeiro álbum marca uma nova fase para o grupo. “Não é sobre um ciclo que se fecha, mas sobre uma linha que começa. Esse álbum não nasce pronto. Ele é só o começo da nossa caminhada”, resume Jucca, vocalista e guitarrista. “A Banda que Não vai Entrar pra História” é pensado pelo grupo como um projeto em expansão. São seis faixas que, segundo os integrantes, retratam um período e pensamento de um contexto específico, mas que não se encerram nelas mesmas. “Nós nunca quisemos que o disco fosse um monumento. É um projeto em construção, que vai continuar se desdobrando em singles, EPs e outras coisas que comuniquem essa estética e esse sentimento”, diz Ian, baixista e também vocalista.
Uma dessas expansões já está em andamento, a criação de uma história em quadrinhos chamada “A Última Banda da Terra”. Segundo os integrantes, o projeto vai dialogar diretamente com o universo sonoro do álbum, funcionando tanto como uma obra autônoma quanto como um spin-off conceitual. “Nosso plano é seguir criando dentro desse universo. Porque o disco é sobre a gente, sobre o que fomos e o que estamos tentando ser. E isso não cabe só em música. Cabe em texto, em imagem, em tudo que a gente conseguir imaginar”, explica Jucca.
Entre os agradecimentos, Os Renascentistas também deixam escapar, com muito bom humor, as angústias de artistas independentes frente ao mainstreaming. “Não estamos prontos, e talvez nunca estaremos. Mas o álbum já tem idade suficiente para encarar o mundo. Por isso também temos plena ciência da inutilidade do nosso trabalho. Sem vocês, simplesmente não existimos”, brincam agradecendo ao espaço dado pelo Portal.