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Da Redação | Foto: Ana Dias

Com 49 metros de altura, a obra “Asase ye duru – A guardiã da Floresta e da Vida”, criada pela artista paraense Mina Ribeirinha em parceria com a Produtora Tinta Preta, será entregue nesta sexta-feira (06), no Edifício Nuno Álvares, bairro da Campina, em Belém. Feita em forma de empena, como são chamadas as obras de arte pintadas nos paredões laterais de edifícios, esta obra foi selecionada pela curadoria da 1ª Bienal das Amazônias para ressaltar a importância das mulheres em vários contextos dentro da Amazônia.

Segundo Mina Ribeirinha, a inspiração para a construção da obra surgiu depois das suas vivências junto ao Coletivo Pretas Paridas de Amazônia, constituído por mulheres negras e empreendedoras. Ao todo, o grupo é formado por 13 mulheres de idades e etnias diferentes, mães experientes e de primeira viagem, que trabalham na Amazônia. Ela conta que suas experiências no coletivo lhe ensinaram bastante sobre representatividade feminina e amazônica, bem como sobre a manutenção das famílias e da própria floresta.

As referências visuais presentes na foto representam um rio com formato de útero e plantas aquáticas, como a flor de mururé, alimentada coletivamente. A empena possui também  grafismos Adinkras,  presentes em diversos territórios e ligados à comunicação com a ancestralidade.

A obra expressa questões tanto amazônicas, quanto relacionadas às mulheres, como o sagrado feminino e o trabalho de preservação daquelas que vivem e trabalham para manter a floresta de pé. Alguns dos temas destacados por “Asase ye duru” são a sociobiodiversidade, a justiça ambiental e a valorização dos saberes ancestrais da região, tudo isso tendo em vista a construção de um futuro autossustentável.

“Apresento nesta obra que remete à força da conectividade de mulheres, a Amazônia como uma mulher mãe, responsável por gerar a vida, parir a vida, que alimenta, nutrindo nosso povo com tudo que a terra, o rio e a mata dão. É de onde herdamos nossas forças, nosso jeito de fazer, nossas culturas, nossa ancestralidade, nossas sabenças”, explica a artista.

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