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De Felipe Vilhena | Foto: Ana Ribeiro

A ilha do Marajó recebe, de 24 de maio a 2 de junho, o circuito de dança contemporânea “Corpos D’água”, organizado pelo “Coletivo Umdenós”. A apresentação mostra a relação dos artistas Rosangela Colares, Leo Barbosa e NaíseS com a água. A montagem passa por Salvaterra, Joanes, Soure e encerra o circuito em Jenipapo. O evento também oferece oficinas e conta com o show “Milagre Comum” de Mateus Moura e Iris da Selva.

Contemplado pelo Edital de Dança da Lei Paulo Gustavo, o espetáculo de dança possui 50 minutos de duração e está dividido em três grandes cenas, cada uma relacionada às narrativas dos três dançarinos. A artista e idealizadora do projeto, Rosangela, descreve sua relação com a água, que remete sua infância com a avó e junto aos rios Tapajós e Guamá.

“Eu fui criada por minha avó, que era uma mulher indígena Arapium, curandeira e profundamente ligada à natureza, então minha primeira escola foi o jardim da minha avó. Ela tinha essa preocupação de me ensinar sobre o respeito à natureza e entender que tudo tinha dono. Então minha relação com a água sempre foi de respeito e de admiração enorme, e entendo hoje que a água também é esse lugar de suporte, admiração e de profundo prazer”, compartilha Rosangela.

Para a professora de artes, NaíseS, sua relação com a água é fortemente ligada a sua gravidez, período que performou a primeira exibição de “Corpos D’água”, sendo uma grande representação da vida. “Meu trabalho se relaciona com a maternidade, a transformação do corpo, o peso social de ser responsável por uma pessoa, o cuidado, o amor, o renascer, a maturidade, o crescimento. Enfim, a vida, o que se vê e o que não se vê”, conta a artista.

Já para Leo Barbosa, esse recurso natural  está associado aos seres encantados da região amazônica, como Boitatá, Cobra Norato, Maria Caninana, Boto, Vitória-Régia, Yara e muitos outros. “Pensar nestes corpos que ficam entre a água e a terra, entre a profundeza e a superfície, é um relato de transformação árdua, não em um piscar de olhos, mas da dor do abandono de uma forma/pele para assumir outra”, observou Leo que também garante que o público irá se surpreender.

Após a performance, Rosangela fará um bate-papo com a plateia sobre as mudanças climáticas e a urgência em tratar de seus problemas, seguindo a temática, o foco da conversa é a água e seus fenômenos. Na ocasião, haverá debates sobre os discursos que culpabilizam as chuvas e rios pelas catástrofes naturais, mas perdem de foco os principais responsáveis. “Hoje estamos vivendo um momento terrível, as catástrofes climáticas assolam nosso país. Este espetáculo deseja nos lembrar que a água é uma entidade, uma pessoa, rios possuem direitos assim como nós pessoas humanas”, afirma.

O circuito também promove oficinas de dança contemporânea com base nos processos que envolveram a criação do espetáculo “Corpos D’água”. Rosangela Colares usa dos movimentos para destacar a natureza líquida dos corpos e leva suas pesquisas e experimentações às aulas. “Serão momentos de conexão com o corpo a partir de sua qualidade líquida”, explica a Doutora e professora de Dança.

Serviço:

Circulação Corpos D’água

Programação:

24/05 (sexta-feira)

⁠Apresentação do espetáculo em Salvaterra

Horário: 19h

Local: Quiosque Muiraquitã, Avenida Beira Mar – Orla da Praia Grande

25/05 (sábado)

Oficina de dança em Salvaterra

Horário: 9h

Local: Quiosque Muiraquitã, Avenida Beira Mar – Orla da Praia Grande

⁠Apresentação do espetáculo em Joanes

Horário: 18h

Local: Sítio Arqueológico, Praça da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário (Onde está as ruínas e a escola de Joanes)

26/05 (domingo)

Oficina de dança em Soure

Horário: 10h

Local: Associação Moradores do Pacoval (Décima terceira rua, entre travessas 23 e 24 bairro Pacoval)

Apresentação do espetáculo em Soure

Horário: 18h

Local: Associação Moradores do Pacoval (Décima terceira rua, entre travessas 23 e 24 bairro Pacoval)

01/06 (sábado)

⁠Apresentação do espetáculo em Jenipapo

Horário: 18h

Local: Cineclube Giovanni Gallo (sede da Colônia dos pescadores situada na rua vila nova S/n, – vila de Jenipapo)

02/06 (domingo)

Oficina de dança em Jenipapo

Horário: 9h

Local: Cineclube Giovanni Gallo (sede da Colônia dos pescadores situada na rua vila nova S/n, – vila de Jenipapo)

Apresentação do espetáculo em Jenipapo

Horário: 18h

Local: Cineclube Giovanni Gallo (sede da Colônia dos pescadores situada na rua vila nova S/n, – vila de Jenipapo)

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