
Por Kelvyn Gomes/Imagem: Reprodução Mídias Sociais
Instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1995 como Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, o dia 23 de abril homenageia autores que faleceram nesta data e se destacam no campo literário. No entanto, o Brasil parece ter pouco a comemorar. De acordo com a 6ª edição da Retratos da Leitura no Brasil, mais da metade dos brasileiros não leem nenhum tipo de livro.
Um estado da região Amazônica apresentou, na mesma pesquisa, a maior queda no número de leitores. O Amazonas tem apenas 40% da sua população como leitores. A pesquisa indica que a redução que atinge o país todo está ligada a diversos fatores, entre eles, o aumento do uso de internet e mídias sociais, além da falta de incentivo à leitura.O Portal Jambu traz cinco iniciativas voltadas à democratização da leitura na região.
Barca Literária
A Biblioteca Comunitária “Barca Literária” foi criada em 2019 como uma demanda da comunidade por atividades voltadas para crianças. No começo, os organizadores do projeto estendiam lonas no chão entre uma casa e outra e se revezavam nas atividades com as crianças. Após terem passado por diversos espaços físicos, o projeto agora tem seu próprio lar, uma casa de madeira sobre palafitas na comunidade da Vila da Barca. Lá são oferecidas atividades que vão desde a alfabetização e iniciação à leitura, à atividades que debatem política, racismo ambiental e outras questões socioeconômicas.
Gueto Hub
Espaço multicultural de leitura, música, trabalho, estudo, arte e lazer o Gueto Hub conta, em seu espaço, com galeria, coworking, café e biblioteca comunitária. Nascido em 2018, o Sebo do Gueto, uma iniciativa de Jean Ferreira, foi motivado pela falta de acesso a espaços de leitura. O que começou com uma estante hoje ocupa uma casa cedida ao projeto e que foi revitalizada em 2020 quando o projeto foi premiado pelo edital Periferia que Faz.
Vaga Lume
A Vaga Lume é uma organização social que, desde 2001, promove o acesso à leitura implantando bibliotecas comunitárias em comunidades rurais da Amazônia Legal. Com mais de 95 bibliotecas ativas em 22 municípios dos 9 estados da região, a organização doa livros e mobiliários, forma mediadores de leitura voluntários, estimula a gestão comunitária dos espaços e valoriza os saberes locais por meio de intercâmbios culturais.
Ilha Literária
A Rede de Bibliotecas Comunitárias Ilha Literária surgiu da união de dois polos de leitura em São Luís (MA), o Ler pra Valer, no Coroadinho, e a Terra das Palmeiras, na Cidade Operária, ambos apoiados pelo programa Prazer em Ler, do Instituto C&A. Juntos, esses coletivos fortaleceram o Fórum Estadual do Livro e Leitura e atuaram em mobilizações por políticas públicas, como a construção do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB). Em 2017, após anos de colaboração, formaram oficialmente a Ilha Literária, rede que promove o acesso à leitura e valoriza a ação comunitária como caminho de transformação.
Amazônia Literária
A Rede Amazônia Literária reúne bibliotecas comunitárias da Grande Belém que atuam em territórios periféricos marcados pela ausência de políticas públicas. Nascida da união espontânea de coletivos que resistem à negligência do direito à leitura, a rede promove esse acesso como um Direito Humano e articula a comunidade em torno de fóruns populares, eventos culturais e atividades de mediação de leitura. Além de incentivar a formação de leitores, busca incidir em políticas públicas e propor um novo olhar sobre a leitura, como ferramenta crítica de transformação e construção coletiva entre sociedade e Estado.