Inaugurada no último dia 15 de janeiro, no Museu do Círio, em Belém, a exposição “Encontros”, que oferece uma abordagem contemporânea sobre o Círio de Nazaré, explorando aspectos religiosos, culturais e históricos dessa que é uma das maiores manifestações de fé do Brasil.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Reprodução SIMM
Entre os destaques da exposição estão fotografias históricas de Jacques Huber, que incluem registros do chamado Círio Negro. As imagens, algumas das mais antigas do evento, foram cedidas ao museu por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e o Museu Emílio Goeldi. O curador da exposição, Anselmo Pereira, explica que a mostra busca refletir sobre os “encontros” que o Círio promove, seja entre Nossa Senhora de Nazaré e o povo paraense, seja entre fé, arte e cultura. “Esses encontros significam resiliência e resistência cultural na Amazônia”, destaca Anselmo Paes, curador da exposição.
Outro ponto relevante da exposição é a abordagem de personagens historicamente invisibilizados, como Plácido, figura central na origem da devoção à Nossa Senhora de Nazaré. A narrativa da mostra também reflete sobre a identidade paraense e a luta para preservar tradições que atravessam gerações.
A exposição tem atraído turistas, como Marcos Antônio, natural do Maranhão, que destacou a conexão entre o Círio de Nazaré e outras manifestações religiosas em sua cidade natal. “A Igreja de Nazaré daqui doou uma estátua para São Luís, onde ocorre a segunda maior procissão do Brasil. Cresci vendo essa celebração e queria conhecer mais sobre as origens dessa devoção aqui em Belém”, relatou o devoto.
Marcos também elogiou o cuidado na montagem do espaço. “O que me chama atenção é a riqueza nos detalhes, como os mantos decorados e os ex-votos, que representam promessas cumpridas. É emocionante ver como a fé se materializa nesses objetos”.
“Encontros” está disponível para visitação ao público no Museu do Círio, localizado no centro histórico de Belém. Com entrada gratuita, a mostra é uma oportunidade de revisitar a história e os significados culturais de um dos maiores ícones da Amazônia.