Da Redação | Foto: Reprodução Amazônia Mapping VR no YouTube
No dia 17 de outubro, chega a casa das artes a exposição inteiramente voltada para realidade virtual. Como um desdobramento do Festival Amazônia Mapping, o “Amazônia Mapping em Realidade Virtual” tem a proposta de misturar o ancestral com o futurista, com 12 obras que poderão ser assistidas utilizando óculos de realidade virtual, interagindo com produções, performances artísticas, encontros entre música e imagem, e videomapping. A mostra continuará na Casa das Artes até o dia 24 deste mês, com funcionamento das 09h às 17h.
O “Amazônia Mapping em Realidade Virtual” é ganhador do edital Mergulho FCP 2023, voltado a incentivar produções audiovisuais nas diferentes regiões da Amazônia paraense e ocupar a Casa das Artes como equipamento cultural. Com a vinda desta mostra para Casa das Artes, chega junto uma oportunidade única do público de interagir com as produções artísticas do Pará através da realidade virtual.
A realidade virtual é uma tecnologia que permite ao usuário experimentar um ambiente simulado por meio de um headset (óculos de realidade virtual) que substitui a visão e a audição por imagens e sons gerados por computador. Isso cria uma sensação de imersão no ambiente virtual e permite a interação com ele de maneira mais natural e intuitiva.
Além da tecnologia utilizada, a curadora da mostra, Aíla de Nazaré Campos Magalhães da Costa, fala sobre a importância de obras e movimentos sobre a Amazônia que partam dos amazônidas, que debatam sobre a cultura local. “É urgente que se fale da Amazônia em 1ª pessoa. Nós, amazônidas, queremos falar por nós, e o Amazônia Mapping é exatamente isso. Há 10 anos a gente ecoa vozes da nossa região, seja no âmbito das artes visuais, da música, da performance, para o país e para o mundo. Chegou o momento da retomada real”, afirmou.
Quem também demonstra entusiasmo em relação à mostra é a Coordenadora de Audiovisual e Artes Visuais da FCP na Casa das Artes, Melissa Barbery. “O Amazônia Mapping VR nos traz muitas coisas interessantes. Primeiro, a realidade virtual é uma tecnologia que permite ao usuário experimentar um ambiente simulado por meio de um óculos de realidade aumentada. A mostra convida o público a mergulhar numa Amazônia futurista. É uma experiência de imersão”, explicou a Coordenadora.
Durante o evento, haverá uma apresentação de forma inédita das músicas de “Sentimental”, álbum mais recente de Aíla. O artista Jean Petra é convidado a fazer intervenções com elementos e objetos digitais sobre o vídeo, onde o 3D cria uma narrativa surrealista, resultando em um conteúdo híbrido. Ainda sobre a mostra em si, estarão presentes diversas obras de outros nortistas como:
O multiartista ítalo-brasileiro Nelson D, nascido em Manaus, junto da paulista Bianca Turner com sua obra de ficção científica e distopia indígena que se desenvolve na Floresta Digital, com telas vibrando em meio a samaúmas centenárias. O espiritual se mistura ao carnal, o ancestral com o contemporâneo.
DJ Méury, primeira DJ e produtora de tecnomelody do Pará, toca junto com o artista visual paraense PV Dias. As obras compostas são projetadas em uma grande tela em um domo flutuante na ilha virtual e fazem sincronia com as músicas tocadas pela DJ Méury. Além disso, PV apresenta um objeto de arte modelado em 3D, chamado de Altar Sonoro.
Na obra “Alma da Selva”, dos artistas Microdosys e Lumina Chebel e Irû Waves na trilha sonora, o público está em uma jornada rumo ao coração da floresta. Desde sua concepção mais ancestral até sua manifestação na presença dos animais, a selva se apresenta como um único organismo, que pulsa, se transforma e se revela na fachada de uma das catedrais do Amazônia Mapping.
O filme-performance “Reflexo”, também trabalho de Aíla com Jean Petra, traz Aíla usando máscaras de espelho enquanto está no meio da floresta, criando um diálogo entre a sua própria imagem, os reflexos da floresta e as esculturas digitais que a cercam. As esculturas foram criadas pelo artista Jean Petra, e nos levam a conexões entre a tecnologia, o sagrado e a natureza.
A obra “Crisálida”, do paraense Rafael Bqueer e trilha sonora de Will Love, traz uma performance orientada para vídeo que apresenta o corpo da artista no primeiro momento como uma escultura viva; um híbrido de corpo e natureza que se camufla e se transforma.
Também se destaca a obra “Resiste!”, de Roberta Carvalho com trilha de João Deogracias. A obra é um mergulho no universo amazônico e seus personagens, e cria uma poesia visual sobre temas urgentes como a preservação e as conexões com a natureza. A criação busca identificar as dinâmicas que tornam a Amazônia um lugar de resistência e, no percurso, nos convoca a resistir junto.
Serviço:
“Amazônia Mapping em Realidade Virtual”
Data: De 17/10 a 24/10.
Horário: 9h às 17h.
Local: Casa das Artes, Rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236, Nazaré.
Entrada Franca