Por Kelvyn Gomes/Foto: Bruno Carachestio
Com a participação de artistas nacionais e internacionais, Belém vai receber um dos maiores projetos de arte urbana a céu aberto do Norte do Brasil. O Museu de Arte Urbana de Belém (M.A.U.B), pretende consolidar a cidade como um centro de street art. A inauguração será no dia 10 de novembro, na praça Ver-o-Rio. São cerca de 6 mil m² de painéis artísticos criados por 21 artistas nacionais e internacionais.
Desde o dia 18 de outubro, a praça Ver-o-Rio e as ruas do entorno foram tomadas por obras de arte urbana que serão inauguradas neste domingo, 10 de novembro. O espaço às margens da Baía do Guajará, recebe um dos maiores projetos a céu aberto do Norte do Brasil, são 19 murais criados por 21 artistas. As obras abordam temáticas como os saberes da medicina dos povos originários, o fluxo migratório e a relação das histórias e saberes populares regionais com a preservação da Amazônia, com destaque para o maior mural da edição, com cerca de 2 mil m², assinado pelos paraenses Drika Chagas e Éder Oliveira.
Em 2024, o Museu de Arte Urbana de Belém recebeu um número recorde de inscrições para sua curadoria. Foram mais de 135 propostas analisadas pelo paulista William Baglione, que novamente foi responsável pela seleção dos artistas. “O M.A.U.B nasceu com ambições globais claras. Queremos expandir os horizontes da arte urbana, conectando projetos internacionais e oferecendo oportunidades para artistas que exploram o grafite, o muralismo e outras linguagens contemporâneas”, destaca Baglione.
Essa diversidade artística tem como objetivo, de acordo com o idealizador do projeto, Gibson Massoud, consolidar o M.A.U.B como um “lugar” de representatividade para a arte de rua na Amazônia. “Belém precisava de um espaço como esse. O projeto busca fortalecer a cena local e dar visibilidade aos artistas da Amazônia, oferecendo uma vitrine para as novas gerações de criadores da região”, explica.
Massoud também destacou as dificuldades logísticas para desenvolver projetos na Região Norte do Brasil são desafios latentes. Além das questões climáticas como a chuva e as altas temperaturas que afetam o processo de pintura, a logística de transporte e fornecimento de materiais é um complicador a mais. “Tivemos que buscar sprays em Manaus e esperar dias para que chegassem de barco em Belém. São desafios que fazem parte da realidade de quem executa projetos na Amazônia, mas que também demonstram a força e a determinação dos artistas e produtores locais”, comenta o idealizador do projeto.
De outubro a novembro
Além da entrega das obras, o projeto contou com oficinas de arte urbana, ministradas pelos próprios artistas, e visitas guiadas durante todo o mês de novembro, permitindo que o público conheça de perto o processo criativo e as histórias por trás de cada mural.
O encerramento será marcado por um grande evento no dia 10 de novembro, com o rapper Djonga se apresentando no Complexo Ver-o-Rio, acompanhado de uma programação que integra música, arte e esportes urbanos. A festa promete atrair milhares de pessoas e reforçar o compromisso do M.A.U.B em democratizar o acesso à cultura.
Em paralelo, o projeto também está criando um catálogo digital das obras de 2023, além de um livro fotográfico para registrar as criações que estão dando nova vida às paredes de Belém, perpetuando a memória visual e histórica desse movimento.