Da Redação | Foto: Orlando Maneschy
Com cerca de 48 poesias, “Nunca falei tão sério” é o livro de estreia de Keyla Sobral, artista visual e escritora paraense. A autora contou mais sobre o processo de criação das poesias que constituem o livro e sobre suas inspirações por trás delas. “Nunca falei tão sério” foi lançado na última quarta-feira (11), em Belém, num evento realizado na Livraria Travessia.
Os textos do livro são de poesia contemporânea, com tons confessionais e se relacionam com a autoficção. Keyla revelou que o motivo por trás do nome “Nunca falei tão sério” é irônico, uma vez que suas poesias têm um certo tipo de humor, um sarcasmo, mas que ainda assim, ela não deixa de falar sério por trás dos escritos.
A autora contou que teve ajuda durante o processo de produção de seu livro. “O processo para esse livro foi de mais ou menos 2 anos, entre escritas em livros e cadernos, fiz essa edição com o apoio da artista e também escritora Danielle Fonseca, e vi um livro pronto”, comentou. Sobre o que lhe inspirou a construir cada um de seus textos poéticos, Keyla disse que foram situações do cotidiano. “São situações do cotidiano, um olhar para as coisas mínimas. É aquilo que falei anteriormente, é uma escrita confessional, mas que se mistura com a autoficção e que andam de mãos dadas com a memória, com o desenho, a arte e o cinema”, analisa.
Sobre sua caminhada até se tornar uma escritora, a artista relembrou seu passado, destacando que antes de escritora, é leitora entusiasta. Ela apontou que seu processo de passar de quem lê para quem escreve foi fluído, destacando também os autores a levaram a mergulhar na poesia, como a escritora brasileira Clarice Lispector, a romancista e poetisa norte-americana Sylvia Plath, a ensaísta e escritora britânica Virginia Woolf e entre outras. Para Keyla Sobral, “Nunca falei tão sério” é uma tentativa de escrita de uma vida interior misturada com a autoficção. O livro pode ser comprado no site da Editora Urutau ou na Livraria Travessia, em Belém.
Autoficção – A autoficção é uma maneira de se escrever textos, baseando-se em fatos da realidade, mas trazendo para a história algo fictício. O gênero autoficcional mescla a autobiografia com a ficção, e ainda que esses gêneros antagônicos por natureza aparentemente sejam impossíveis de se unir, dentro da escrita autofictícia, eles acabam andando juntos na construção de textos que podem ter sido influenciados pelas vivências de todas as ordens do autor, ou dos autores.