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Com apenas 17 anos, Jasmine, conhecida na cena artística da capital paraense como Índia MC, está transformando sua paixão pela música em um movimento que inspira e conecta sua comunidade. Nascida e criada no bairro da Pedreira, em Belém, Índia MC traz em suas letras a força de quem encontrou no rap uma forma de expressão, superação e resistência. O Portal Jambu conversou com a jovem artista pedreirense para conhecer um pouco mais sobre esse comecinho da sua trajetória artística.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Acervo Pessoal da Artista

Apaixonada pelas artes, a adolescente que vem ganhando espaço na cena rap da cidade conta que começou a se apresentar ainda muito cedo. “Desde pequena, sempre gostei de cantar e tocar instrumentos musicais. Comecei em aniversários de amigas e na escola, mas só fui realmente me dedicar à escrita e ao rap aos 15 anos. Foi quando percebi o quanto a música podia ser uma ferramenta para transformar realidades, inclusive a minha”.

Para a jovem MC do bairro da Pedreira, o rap é mais do que um estilo musical, é um movimento que salvou sua vida. “Quando digo que o R.A.P salvou minha vida, quero dizer que, nos momentos mais difíceis, fui para as ruas rimar, me conectar com as pessoas e levar alegria para elas. Isso me ajudou a enfrentar problemas e me manteve forte psicologicamente. Sou muito grata ao movimento”, explica emocionada.

Inspirada por artistas como Duquesa, Ajuliacosta e Xamã, Índia MC também encontra inspiração na natureza e em seus próprios sentimentos para compor. Suas letras abordam desde questões sociais, como meio ambiente e economia, até histórias de amor e amizade. “Escrevo o que sinto e o que vejo. Lugares calmos e a própria natureza são meu combustível criativo”, revela.

Além de artista, a jovem prodígio é uma das organizadoras da Batalha do Angelim, um projeto que leva poesia e arte ao bairro da Pedreira. A batalha, que acontece todas as sextas-feiras em uma praça próxima à Escola Salesiana, nasceu de uma ideia de Índia e seu parceiro artístico Sena7. “Tudo começou quando a Batalha da Villa, que era na minha rua, se desfez. No Expo Favela 2024, eu e o Sena7 conversamos sobre abrir uma nova batalha. No início, fiquei preocupada em ter que organizar tudo sozinha, mas, graças a Deus, tenho uma equipe incrível que me apoia”, conta. Hoje, a Batalha do Angelim é um espaço para jovens talentos se expressarem e encontrarem no rap uma ferramenta de transformação.

Considerada por outros MC’s paraense como uma verdadeira “artista revelação”, a jovem carrega com orgulho a responsabilidade de ser uma voz promissora no cenário musical. “As vezes, fico nervosa, mas a música sempre fez parte de mim. É emocionante ver que minhas letras e meu trabalho estão impactando as pessoas ao meu redor”, diz.

Apesar de sua base ser o rap, Índia MC não esconde o amor por outros ritmos que marcaram sua trajetória, como o pagode e o brega. Essa diversidade reflete sua identidade como artista e como representante da cultura local e periférica.

O futuro da jovem revelação

Ela conta também que já possui várias músicas escritas e projetos em andamento. Empolgada, ela enxerga um futuro promissor no rap. Mas, para ela, o mais importante é continuar fazendo o que ama, usar suas rimas para levar mensagens positivas e transformar vidas. “Meu sonho é que a música continue sendo uma ferramenta de mudança, assim como foi para mim. Quero ver mais gente acreditando no próprio potencial e usando a arte como resistência”.

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