Neste sábado, 08 de fevereiro, a partir das 17h, o Espaço Cultural Nossa Biblioteca e o Grupo de Mobilização da COP, com apoio do Fundo Dema, comemoram os 297 anos do Bairro do Guamá, na Praça Benedito Monteiro, na Travessa Barão de Mamoré. Celebrando uma trajetória marcada por desafios, transformação e identidade cultural, as comemorações em alusão ao aniversário do bairro terão como tema “Sustentabilidade e Resistência”, uma referência aos desafios do bairro nesses anos de história.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Joyce Ferreira – Agência Belém
O evento contará com apresentações culturais, shows musicais e outras atividades que vão exaltar a história e a cultura do Guamá. Quem for cantar os parabéns para o bairro vai se divertir ao som de Joelson Pantoja, DJ Miller Sound, Banda Revoada, Tambor de Crioula e o Boi Curumim Tabatinga.
De “depósito de doenças” a berço de intelectuais e artistas
Originalmente, o bairro do Guamá surgiu como local de isolamento sanitário, abrigando um hospital para pessoas com hanseníase. Por muito tempo, a região carregou o estigma da doença e do isolamento social, já que, por muito tempo, a doença ficou conhecida como “lepra” e acreditava-se ser transmitida pura e simplesmente pelo contato. Mesmo assim, a força e resiliência da população guamaense e a riqueza de sua cultura transformaram o bairro em um dos principais pólos de desenvolvimento de Belém.
O mais populoso bairro de Belém, concentrando cerca de 94.610 habitantes, segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também é casa de importantes instituições, como a Universidade Federal do Pará (UFPA), além de centros de pesquisa e iniciativas comunitárias voltadas para a educação e a cultura, como o Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), ao que tudo indica, a primeira biblioteca comunitária do Brasil, fundada em 1977.
A verdadeira essência do bairro, de acordo com seus moradores, está nas pessoas que fazem do lugar um espaço dinâmico, onde a música, a dança e as tradições populares se manifestam a cada esquina. Willian Andrey, estudante universitário e líder comunitário, destaca a trajetória de resistência do bairro. “Ao longo dos anos, o Guamá transformou sua história. De um local marginalizado e destinado a ser um ‘depósito de doenças’, tornou-se um importante centro de cultura, conhecimento e trabalho. Hoje, o bairro se destaca não apenas por sua relevância educacional e econômica, mas também pela resiliência de seu povo, que construiu uma comunidade vibrante e fundamental para a cidade de Belém. Eu tenho um imenso orgulho de ser guamaense”, relata emocionado o morador.