Por Felipe Vilhena*
Com foco em produções fílmicas etnográficas, o 5º Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará (FIFEP) teve suas inscrições estendidas até hoje (30) e terá sua realização de 19 a 25 de outubro. As inscrições são de forma online e gratuitas. O evento contará com três categorias: Prêmio Jean Rouch Melhor Filme Etnográfico, Mostra Competitiva de Cinema Indígena Divino Tserewahú e Prêmio Patrícia Monte-mor. Este ano, os três homenageados pelos organizadores foram Ailton Krenak, Amalia Córdova e Graci Guarani, dois curadores deste ano e uma cineasta indígena, respectivamente.
Sendo uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Antropologia Visual Visagem (PPGSA/UFPA), sob coordenação geral de Alessandro Campos e Denise Cardoso, o evento tem como objetivo o fomento, divulgação e premiação de produções cinematográficas que possuam qualidades reconhecidas na área da Antropologia, Cinema Documentário e Cinema Indígena. Além de criar essa intersecção entre produtores, cineastas, pesquisadores e o espectador mais casual, os realizadores buscam produções que tratem questões socioculturais contemporâneas de grupos sociais, pessoas, processos históricos de temas de interesse antropológico e afins.
Sobre as categorias, cada uma possui seu enfoque em um tema específico. A Jean Rouch visa filmes que se encaixem no cinema antropológico, podendo ser caracterizado como um filme em que a câmera pode intervir em cena em vez de ser apenas um espectador do momento, um interstício entre documentário e ficção. O nome trata de uma homenagem ao cineasta e antropólogo francês Jean Rouch. A segunda categoria, Cinema Indígena Divino Tserewahú, foca em filmes produzidos por indígenas e que promovam respeito às culturas dos povos originários e suas línguas maternas, em especial os povos indígenas brasileiros. O nome da categoria é em homenagem ao Cineasta Divino Tserewahú, Xavante da aldeia de Sangradouro.
E a última categoria, Patrícia Monte-mor, é uma homenagem à falecida produtora cultural e antropóloga Patrícia Monte-mor Alves de Morais e valoriza as produções com foco na cultura popular e suas nuances. Todas as premiações abrangem tanto curta, média ou longa-metragem.
Mesmo sendo um festival de escopo internacional, trata-se de um momento de valorização do nacional, principalmente da Amazônia. As categorias, de uma forma ou de outra, tangem esse espaço tão singular não só pela sua abrangência, mas pela quantidade de singularidades socioculturais e territoriais, um local de efervescência cultural perfeito para eventos como esse. Acima de tudo, o festival não trata apenas do prestígio ao etnocinema, mas também é um ode à Amazônia.
O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.
Foto de Capa: Divulgação.
* Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira