Por Rafael Arcanjo | Foto: Melvin Quaresma
A partir deste sábado (28), começa, em Quatipuru, nordeste do Pará, o Festival Cultural Maria Pretinha. O evento, realizado pela Irmandade de Maria Pretinha, acompanha as celebrações da Marujada de Quatipuru, realizada desde o século XXI, em homenagem a São Benedito. Este ano, a festividade, com duração de seis dias, conta com a participação de músicos de diferentes gêneros musicais paraenses, como Carimbó, Brega e Guitarrada.
A iniciativa tem por objetivo promover a cultura popular via diferentes manifestações culturais. Para a edição de 2024, o destaque será a música, com a presença de Marujas de quatro municípios da região, além de 23 atrações musicais de nove cidades do Pará. Neste sábado, o Festival terá início com o levantamento dos Mastros da Irmandade de Maria Pretinha.
Segundo Gabriel Paixão, um dos produtores do evento, tudo teve início com o surgimento da Irmandade de Maria Pretinha, em 2005, quando o Mestre Come Barro e outras lideranças locais realizaram a primeira edição da festa. “A Irmandade trabalha em prol da salvaguarda da tradição, realizando sua própria Marujada em dezembro, além da peregrinação de São Benedito pelos interiores da região ano a ano. Também promove ações de salvaguarda como oficinas de ladainha, carimbó, entre outros”, comenta.
Gabriel explica que, este ano, o Festival será realizado com a parceria dele, de Tayana Pinheiro e da Irmandade. Sobre as atrações deste ano, Gabriel Paixão destaca a diversidade de atrações e a variedade de gêneros. “O Festival irá contar com grandes nomes da cultura popular, como Mestre Curica – grande mestre da guitarrada, que tocou com Mestre Verequete por muitos anos – e a Mestra Cristina, conhecida por seu trabalho junto ao grupo Sereia do Mar de Marapanim. Também contará com o projeto Raízes Latinas, de Belém, que terá a cantora e compositora Amanda Pacífico somando a sua apresentação. Somando-se a programação, outros oito grupos de carimbó da região, além de Marujadas de três outros municípios, e também cantores de brega e aparelhagem de som”, ressalta.
De acordo com Gabriel Paixão, ele e a Tayana também estão produzindo um documentário acerca da história da Marujada de Quatipuru. A produção foi aprovada em edital da Fundação Nacional de Artes – Funarte e visa retratar e divulgar a festividade de Quatipuru. “A ideia do documentário surgiu da vontade de retratar e contar a história da Marujada de Quatipuru, que é uma marujada tão antiga e tão tradicional quanto a Marujada de Bragança, mas que acontecesse de uma maneira totalmente diferente: ela é feita inteiramente pela comunidade, não tem envolvimento da Igreja e possui diversas particulares próprias. E ainda assim ela é muito pouco conhecida, e a gente achou que era uma história a ser contada.”, finaliza Gabriel