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Da Redação | Foto: Divulgação

Inaugurada em abril, “Araetá – A Literatura dos Povos Originários” apresenta uma mostra diversificada. A exposição traz a catalogação da literatura de autores indígenas, com mais de 300 produções de 56 povos distintos, além de outros itens, como fotografias. “Araetá” está em cartaz na Casa das Artes, até o dia 24 de maio, e pode ser visitada das 9h às 17h.

Com a literatura de 110 autores indígenas, a mostra não se resume apenas à textualidade em si, mas também traz outras formas de arte produzidas pelos povos originários. Além das fotografias, “Araetá” é composta por obras de arte como pinturas e outros objetos, assim como produções audiovisuais realizadas por essas sociedades. A acessibilidade é um dos destaques na exposição, que oferece aos visitantes PCDs, por exemplo, textos de apresentação em braile e livros com imagens em relevo.

“Ela [a exposição] foi fruto de uma pesquisa de mais de dois anos de dois pesquisadores, Selma e Ademário, que são os curadores. Dessa catalogação surgiu uma coleção, e dessa coleção surgiu a exposição, em que as pessoas podem ver a quantidade de obras escritas em português por autores indígenas. Eu acho que isso é a coisa mais importante, porque tu para pra pensar: esse autor foi escrever em outra língua, o que significa que ele quer se relacionar com a gente, ele quer que a gente, que fala o português, saiba das histórias, dos pensamentos, das poesias. O objetivo desta mostra não é dar visibilidade, mas é proporcionar que as pessoas conheçam um pouco da literatura indígena e saibam que tem um grande número de autores de diferentes povos”, pontua Melissa Barbery, coordenadora de audiovisual da Casa das Artes e uma das responsáveis pela mostra aqui em Belém.

A exposição também se desdobra por cenários distintos, apresentando salas específicas para cinco dos biomas brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Este passeio que a expografia de “Araetá” busca promover visa destacar que os povos indígenas estão por todo o Brasil, e não somente em uma região específica, mas, sim, que são diversos, distintos, com cosmovisões singulares. A curadoria é de Ademario Ribeiro Payayá e Selma Caetano.

Dentre os autores com obras expostas, destacam-se a amazonense Márcia Kambeba, poetisa, escritora e geógrafa; o paraense Daniel Munduruku, famoso por sua literatura voltada ao público infanto-juvenil e pelos mais de 60 livros publicados, e Ailton Krenak, recém-eleito imortal e membro da Academia Brasileira de Letras, tornando-se o primeiro indígena a integrar a instituição. “Araetá” permite ao visitante poder conhecer as obras destes autores e de tantos outros, afinal, são mais de 100 o número de escritores presentes na exposição.

Serviço:

Exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários

Data: Até 24 de maio.

Horário: De 9h às 17h.

Local: Casa das Artes, Rua Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236 – Bairro de Nazaré (ao lado da Basílica)

Entrada franca.

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