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Da Redação | Foto: Divulgação

Com uma exposição diversificada de documentos, jornais e obras de arte, a mostra “Memórias da Ditadura” inaugura uma extensa programação cultural e acadêmica sobre o Golpe Militar de 1964, que completa 60 anos em abril.  A exposição “Memórias da Ditadura” abre às 9h desta quinta-feira (28), na Casa das Onze Janelas, onde permanecerá em exibição até o dia 7 de abril.

Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) e curador da exposição, explica que “Memórias da Ditadura” conta a história desse duro período de repressão no Brasil, partindo de uma narrativa cronológica que mostra como diversas áreas foram afetadas por esse sistema. “A exposição foi pensada a partir de uma narrativa que pudesse apresentar, de maneira cronológica, os momentos que levaram ao golpe de 64. Alguns acontecimentos históricos desse período refletiram também no campo da cultura, e nós trazemos esse lado simbólico para a mostra”, explica. O diretor completa dizendo que as pautas do golpe de 64 estão presentes “num período muito recente da história brasileira”.

Para a construção da exposição, Armando destaca que os materiais escolhidos tiveram como norte uma preocupação histórica e documental. Assim, diversos painéis constroem a narrativa que consolidou o golpe e os momentos que a sociedade brasileira atravessou nos mais de 20 anos pelos quais se estendeu a Ditadura Militar.

O material documental é entremeado por um conjunto de obras de arte de artistas que viveram na época dos governos militares, como, por exemplo, Siron Franco, que faz uma pintura caricata de um presidente da ditadura, onde é possível notar a profundidade desse período por meio da arte.

Ainda segundo Armando, “Memórias da Ditadura” reúne na construção da curadoria dois campos: a historiografia e a arte, e traz uma percepção crítica desse período que ainda não foi totalmente superado. Pelo contrário, se manteve presente nos acontecimentos que levaram ao oito de Janeiro de 2023, por exemplo.

“Nós dedicamos o último momento da exposição para o que a gente chama de sintomas do golpe. Toda a pauta manifestada naquela grande marcha da família dos anos 60, ela retoma agora e leva a um movimento produzido pela extrema-direita de manipulação da sociedade para exigir uma intervenção militar num governo democraticamente eleito”.

Evento acadêmico-cultural:

Em conjunto com a exposição, acontecerá o seminário “60 Anos do Golpe Civil-Militar de 1964”, um evento que engloba debates, apresentações e palestras sobre a Ditadura Militar e questões relacionadas ao tema.

A abertura do seminário acontece na próxima segunda, dia 1 de abril, data em que, em 1964, foi consumado o Golpe Militar que derrubou o presidente João Goulart, o Jango, e instaurou a ditadura. O seminário tem entrada gratuita e segue até o dia 5 de abril, quando será encerrado com uma apresentação da Amazônia Jazz Band, que trará um repertório de músicas de resistência.

A partir da próxima segunda-feira (1), grandes nomes que lutaram contra e/ou pesquisam sobre o Golpe de 64 vão participar dos debates e palestras promovidos pelo evento, como Paulo Vannuchi, jornalista, ex-deputado federal e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e Nilmário Miranda, atual assessor do Ministério dos Direitos Humanos, ex-deputado estadual e federal por Minas Gerais, jornalista e escritor que foi preso político durante a Ditadura Militar.

Os assuntos a serem abordados e debatidos durante as programações do Seminário são diversos, nomes de municípios, ruas, cidades, escolas e praças que homenageiam ditadores brasileiros; os períodos ditatoriais no Brasil, no Chile e na Argentina; as políticas de reparação do Estado brasileiro, entre outros.

Além de palestras e debates, os livros “Constituinte – Avanços, Heranças e Crises Institucionais”, de Genoíno Netto e “A Amazônia e os 60 anos da ditadura militar no Brasil”, da secretária adjunta da Seirdh, Edilza Fontes, em parceria com o professor doutor Thiago Broni, serão lançados durante o Seminário.

A programação é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), o Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS) e o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará (PPHist/UFPA). Todos os eventos contam com entrada gratuita. Confira a programação completa aqui.

Serviço:

Exposição “Memórias da Ditadura”
Abertura: 28/03
Horário: Às 9h
Visitação: De 28/03 a 07/04
Local: Casa das Onze Janelas

“Seminário dos 60 anos do Golpe-Civil Militar de 1964”
Datas: De 01 a 05/04
Horário: Das 9h às 17h
Locais: Auditório do IGEPPS e UFPA
Pré-inscrições pelo email: seminario1960.seirdh@gmail.com ou presencialmente nos dias do evento.

 

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