Portal Jambu

A exposição “As Revoltosas: esculturas de mulheres ancestrais” abre amanhã, 16, na Casa de Cultura Canaã dos Carajás, a partir das 19h e segue para visitação até 07 de março, de 8h às 19h. A mostra explora o poder feminino na cerâmica ancestral da Amazônia e reforça circuitos culturais no interior do Pará. A exposição marca a abertura da programação cultural de 2025 em Canaã dos Carajás começa com força e ancestralidade.

Selecionado pelo Edital “Casa Aberta Amazônia Paraense 2024”, o projeto traz uma releitura contemporânea de representações femininas encontradas em peças de cerâmica arqueológica da Amazônia.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação

A antropóloga e artista visual Cristiane Martins explica sobre o trabalho desenvolvido que deu origem à exposição. “A série As Revoltosas é fruto de um mapeamento profundo sobre a presença feminina ancestral na região amazônica. As esculturas inspiram-se na cerâmica arqueológica para dar voz às mulheres e animais moldados pela cultura material de nossos antepassados”, detalha a artista.  

As peças são confeccionadas com madeira, porcelana fria, fibras naturais, urucum e folhas de ouro. Segundo Cristiane, elas emergem do passado como protagonistas em uma narrativa que mescla arte, arqueologia e preservação cultural.

O retorno à Serra dos Carajás para exibir suas obras tem um significado especial para Cristiane, que iniciou sua trajetória arqueológica na região. “A aprovação neste edital foi muito importante para mim, pois tenho uma relação afetiva com essa região. Foi aqui que participei das minhas primeiras escavações. Estar com ‘As Revoltosas’ em Canaã é uma honra. Espero que elas inspirem os artistas locais e o público”, afirma a pesquisadora.

Edital Casa Aberta 

A diretora da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, Gabriela Sobral, destaca a importância do edital para expandir o alcance da produção cultural para além da capital do estado. “Conseguimos potencializar diversos projetos da Amazônia paraense, dando maior circularidade à produção cultural e criando novos circuitos para além da região metropolitana. Assim, cumprimos o papel de descentralização cultural”, destaca Gabriela.

Antes da abertura oficial, no dia 16, hoje, 15 de de janeiro, Cristiane, lidera a roda de conversa “Arte e Arqueologia do Feminino Ancestral na Amazônia”. O encontro abordará o processo criativo da exposição, as referências documentais e iconográficas e o poder feminino presente na cerâmica amazônica pré-colonial.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Portal Jambu