
Por Kelvyn Gomes/ Imagem: divulgação
Em um casarão histórico no centro de Manaus, a acústica e a arquitetura guardam memórias do tempo e convidam à criação. É nesse lugar que nasceu o “Atelieco Experiência e Afeto: Espaço Colaborativo de Sensibilização Artística”. O lugar é uma casa de encontros, entre artistas, entre saberes, entre pessoas e a natureza. O Portal Jambu conversou com Rejane Marques, uma das idealizadoras do espaço, para conhecer mais sobre a iniciativa.
Idealizado pela ilustradora Rejane Marques e pelo designer, editor de vídeo e produtor musical Francisco Camilo, o espaço foi oficialmente inaugurado em março de 2024 com uma oficina de permacultura, prática que já anunciava um dos eixos do projeto: a relação sensível e responsável com a natureza.
A primeira ocupação artística do imóvel foi a gravação de um concerto do violonista Djedah, ainda no início de sua carreira. A partir dali, ficou claro que ali havia algo a ser cultivado. “O espaço surgiu a partir de encontros espontâneos de artistas pela acústica do lugar em razão da sua arquitetura histórica”, conta a equipe idealizadora.
A proposta do Atelieco é promover encontros artísticos e ativar a interação com a natureza por meio de experiências que envolvem alimentação saudável e afeto. Uma arte que se planta, se colhe e se compartilha. Nesse espírito, surgiu a “Cozinha Macaxeira Rebelde: Raiz de Resistência”, que funciona de segunda a sábado com almoço, jantar e happy hour. Mais que um restaurante, é uma proposta de cultura alimentar alinhada à sustentabilidade e à identidade amazônica. “Nossa cozinha é parte da proposta de encontro. Aqui se come junto, se conversa, se experimenta. E o cuidado com o planeta também está na rotina: “Não usamos copos descartáveis. Adotamos a cuia, como um resgate cultural e uma alternativa que não gera lixo”, explica a equipe.
A programação do Atelieco acontece semanalmente e é sempre atravessada pelo espírito da colaboração. Às quintas-feiras, por exemplo, acontece a “Oficina de Percussão Brasileira com o Mestre Eliberto Barroncas”, percussionista, educador e compositor do grupo Raízes Caboclas. A casa também recebe oficinas de aquarela, encontros gastronômicos, experimentações em dança, exposições e rodas de leitura fotográfica.
Além da curadoria interna, o espaço é aberto a parcerias com produtores de eventos, shows, oficinas e exibições de cinema. “Algumas programações são da casa, outras vêm de fora. É uma construção conjunta”, afirmam os organizadores.
Entre os colaboradores frequentes estão nomes e coletivos como Miguel Guevara, Railda Vitória, Eliberto Barroncas, o coletivo Folha de Jambu, Jonavegante Vicente, Simone Benevides e o Grupo de Capoeira Frente Unida.
Em meio à cidade, o Atelieco oferece pausa, presença e partilha. “Venha conhecer nosso espaço cultural e ter uma experiência de encontros e afetos”, convida a equipe. Lá, o tempo corre mais devagar e cada detalhe, da arte na parede ao tempero no prato, é feito com atenção e cuidado.
A casa se mantém viva por meio da locação para eventos, da venda de obras de arte e da colaboração financeira de quem acredita na proposta. E para quem visita, é impossível sair sem levar um pouco dessa energia afetiva para além dos muros. O Atelieco, experiência e afeto fica na Rua Monsenhor Coutinho, 836, centro de Manaus.