Por Rafael Arcanjo | Foto: Rafael da Luz/Divulgação
O escritor e rapper paraense Zak Arawak lança “Fases, Amores e Dores”, seu segundo livro, neste domingo (18), às 16h, no estande da Fundação Cultural do Pará, na Feira do Livro e das Multivozes. O título compila 40 poesias escritas pelo artista, com referências a grandes nomes do hip-hop local e nacional como Nic Dias e Djonga, além de homenagear sua avó Maria Francisca, falecida no ano de 2022.
“Fases, Amores e Dores” recebeu apoio de edital da Lei Paulo Gustavo, do Governo do Estado via Secretaria de Estado de Cultura – Secult. A identidade visual do livro é assinada pelo artista visual maranhense WBS Tinta Preta, e é marcada pela utilização de um elemento da cultura do Hip-Hop: o Grafitti.
Segundo Zak, o livro é uma homenagem à sua avó, pois ela foi uma pessoa de extrema importância na sua carreira. “Ela fez a passagem em dezembro de 2022, e foi uma pessoa muito importante na minha trajetória artística. Eu faço parte do movimento do Hip-Hop desde o ano de 2016, comecei com 12 anos nas batalhas que acontecem aqui por Belém… e no começo foi ela quem me apoiou, sempre me cobrando se eu tava escrevendo, se tava com música nova, poesia nova”, revela.
Natural do bairro do Tapanã, as poesias de Zak abordam temas como racismo estrutural e a falta de oportunidade enfrentada por jovens periféricos. Outro grande tema descrito nos textos é a sua infância na Comunidade Quilombola do Cravo, em Concórdia do Pará, onde estão as raízes do artista. O livro aborda também a autovalorização e o amor próprio de Zak, que expressa seus sentimentos nas palavras de cada poesia.
“Eu sempre tive, e ainda tenho, um pouco de dificuldade em expressar meus sentimentos, sabe? E através da poesia, da literatura, do rap, eu tenho bastante facilidade em demonstrar. Por ser uma homenagem, tem toda uma parada sentimental envolvida. Então esse foi o ponto que me incentivou a escrever esse meu segundo livro”, explica.
A janela na capa do livro é da casa da avó de Zak, no Cravo, e o autor relembra com carinho dos momentos de sua infância onde via sua avó lhe chamando. “São várias lembranças quando eu vou pra lá, passo pela frente dessa janela e entro na casa. E ela me lembra da minha avó. Porque quando eu era mais novo, eu ia pro Igarapé e esquecia de almoçar. E quando eu voltava, a vovó gritava dessa janela perguntando se eu tinha almoçado e ficava mordida comigo”, confessa.
Outra coisa evidente nas poesias do livro são as referências que Zak têm dentro do movimento hip-hop local e nacional. “Alguns dos artistas que eu cito, começando aqui por Belém, são Nic Dias, Chico Doido, Ruth Clarke… eles são minhas referências do movimento hip-hop regional. De modo geral, eu cito Djonga, Emicida, Febem, Criolo.. Ah! Também tem o Pelé do Manifesto, que é uma grande referência minha. Foi o primeiro artista daqui que eu ouvi.” finaliza.