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Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação

Com direção de Fernando Segtowick, o documentário “Praia Grande” convida o público a percorrer um caminho de saudade, memórias e histórias familiares que ligam Belém à bucólica Mosqueiro. A produção terá duas pré-estreias em maio, a primeira no dia 9, para estudantes e profissionais do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará (UFPA), e no dia 17, para os próprios moradores da Praia Grande, em Mosqueiro. Depois disso, o filme será inscrito em mostras e festivais no Brasil e no exterior.

Mosqueiro, ilha de praias doces e finais de semana ensolarados, guarda memórias profundas para milhares de famílias paraenses. Para o diretor Fernando Segtowick, essa relação atravessa gerações e se transforma agora em cinema. Em “Praia Grande”, seu novo documentário, o cineasta convida o espectador a embarcar numa viagem de carro do bairro do Guamá até a histórica casa da família Segtowick na Praia Grande, numa narrativa sensível de reencontro, perda e celebração da memória. Para ele, a ilha é muito mais do que um destino turístico, é um território emocional. “Mosqueiro sempre foi uma extensão da minha casa. Foi o refúgio das férias de verão por três décadas. Lá dei meu primeiro beijo, dirigi um carro pela primeira vez e comecei a fazer registros em VHS com meus primos”, conta Fernando, nascido em Belém e hoje com 54 anos.

Mas o ponto de partida do documentário é uma ausência: a do pai, seu Fernando, falecido em junho de 2020, vítima da Covid-19. Por isso, o filme é também uma homenagem. “O filme é uma possibilidade de, por meio da arte do cinema, me reencontrar com meu pai e relembrar a situação que a gente viveu há cinco anos com a pandemia”, diz o diretor.

A casa da família, construída sobre um terreno comprado pelo avô, Fausto, em 1954, é o destino simbólico e afetivo da jornada. “A praia já despontava como lugar importante para toda a família e assim permaneceu por décadas. A pequena choupana de madeira vivia cheia de filhos e parentes. Em frente à casa, a poucos metros de caminhada, ficava a Praia Grande”, narra Fernando no trecho do filme.Entre paisagens conhecidas por muitos de nós e lembranças que ganham corpo em depoimentos e imagens de arquivo, o documentário costura memória individual e história coletiva. “Uma das melhores lembranças das noites em Mosqueiro era meu pai contando histórias de ‘visagens’ e assombrações, tão típicas do imaginário da Amazônia”, diz o diretor, ressaltando como a tradição oral e o ambiente moldaram a infância.

Com produção da Marahu Filmes e patrocínio do Edital de Fomento ao Audiovisual da Lei Paulo Gustavo (Fumbel), o documentário reafirma o papel do cinema como espaço de escuta, resgate e cura. :Mosqueiro permanece sendo um lugar de memória e alegria – não só para mim, mas para muita gente até hoje”, reflete Fernando.

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