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Da Redação | Foto: Tereza Maciel

Para celebrar o Dia Nacional do Choro, ritmo brasileiro criado no Rio de Janeiro no século 18, o grupo Mercado do Choro realiza uma roda especial em alusão à data. A apresentação acontece neste domingo (21), no Mercado de Carnes Francisco Bolonha, no Complexo do Ver-o-Peso, em Belém, a partir do meio-dia. O evento é aberto ao público e conta com o apoio da Fumbel – Fundação Cultural do Município de Belém, da MM Produções e da Casa do Gilson.

O evento marca não só a comemoração ao Dia Nacional do Choro, celebrado em 23 de abril, como também comemora o reconhecimento desse gênero musical como Patrimônio Cultural do Brasil. 

“Nas nossas rodas a gente experimenta ‘o que ocorrer’ (risos). Entre nossas composições e de artistas que admiramos, como Mestre Vieira, Sebastião Tapajós e o grande Mestre Pixinguinha, muita coisa pode acontecer, pois a roda traz essa flexibilidade de tocarmos as músicas que nos vem à memória naquele momento. No entanto, o mais importante vai ser comemorar o quanto o choro nos une e somos felizes em fazer parte de uma geração que também tem um trabalho primoroso, como o Quinteto Caxangá, grupo que é nosso convidado pra deixar essa comemoração ainda mais bonita”, conta Carla Cabral, artista que compõe o grupo Mercado do Choro.

Carla ressalta também que as rodas são espaços de troca muito importantes entre músicos e musicistas, devido à forte conexão e aprendizado coletivo que elas têm. Então, levados por essas características, o grupo pensou em como seria construir esse espaço de troca junto ao público, aos permissionários dos espaços e aos transeuntes por meio das rodas de Choro. Outra grande motivação que levou o Mercado do Choro a se apresentar em espaços públicos foi a vontade de colaborar com estes locais e os deixar mais interessantes, levando os moradores a prestigiar os diferentes ambientes da cidade.

“O Mercado de Carne Francisco Bolonha foi onde tudo começou. Diego e eu estávamos saindo de um ensaio com a cantora Alba Mariah e ela nos convidou para almoçar lá. E fazia pouco tempo que ele havia sido reaberto, após reforma. O choque com a beleza do lugar e a cultura da nossa cidade que atravessa aquele mercado foi tão intensa, que no mesmo mês, dezembro, iniciamos nossas rodas. É uma honra pra gente sempre retornar ao Box 8, do seu Nazareno, onde somos sempre bem acolhidos”, completa Carla Cabral.

Formado em 2013, o Mercado do Choro é um projeto cultural de experiências sonoras em vias públicas voltado ao gênero brasileiro Choro, ou Chorinho. O grupo é formado por Tiago Amaral, no clarinete; Carla Cabral, no cavaquinho; Diego Santos, no violão sete cordas e Gabriel Ventura, no pandeiro. Nestes 10 anos de atuação, o grupo já tocou em eventos como o Festival Internacional de Choro de Paris, em 2016, e no Virada Cultural de São Paulo, em 2019. 

Dentre as obras do grupo, destacam-se o EP “O Mercado do Choro”, de 2016, o álbum “Passeio Público”, de 2020, e o filme de mesmo nome lançado no ano seguinte. A produção cinematográfica “Passeio Público” foi reconhecida no ano passado na categoria “Melhor Projeto Audiovisual” no Prêmio Amazônia de Música. Com expressiva atuação na cena amazônica de música instrumental, O Mercado do Choro segue com seu objetivo raiz, de reunir importantes diálogos sobre patrimônio brasileiro, tocando e compondo choro nos espaços públicos.

Patrimônio Cultural do Brasil

Em fevereiro de 2024, o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – reconheceu o Choro enquanto Patrimônio Cultural do Brasil. O pedido de reconhecimento, inicialmente, partiu de clubes e associações do gênero que, unidos, fizeram um abaixo-assinado pedindo o tombamento do Choro (ou chorinho) como patrimônio cultural. A decisão de reconhecer o ritmo partiu do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural que, por unanimidade, votou para tombar o estilo musical como patrimônio nacional. 

Serviço:

Dia de Mercado – Mercado do Choro comemora Dia Nacional do Choro e tombamento do gênero

Data: Domingo, 21 de abril.

Local: Box 8, Mercado Municipal de Carnes Francisco Bolonha, Complexo do Ver-o-Peso, Av. Portugal – Bairro da Campina.

Horário: 12h (meio-dia).

Evento gratuito.

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