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No próximo dia 26 de janeiro os baianos vão conhecer a potência do samba amazônico que encontra suas raízes na Bahia com o projeto “Samba da Ruth: Conexão Pará-Bahia”, idealizado pela cantora e produtora cultural Ruth Costa. Conhecida por sua voz e ativismo, Ruth lidera a iniciativa que promove um intercâmbio musical e cultural entre as duas regiões, fortalecendo laços ancestrais por meio de vivências, gravações e um show no coração do Pelourinho, que deve encerrar o intercâmbio em terras baianas.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: mídias sociais da artista

A proposta do projeto é um manifesto de resistência e diálogo sobre as influências diaspóricas que moldam o samba. Em Salvador desde o dia 18 de janeiro, Ruth Costa se junta a duas expressivas forças femininas do samba baiano, Ayrá Soares e as Ganhadeiras de Itapuã, para gravar canções autorais em um formato audiovisual que será disponibilizado em seu canal no YouTube. A iniciativa também inclui rodas de samba e encontros com mulheres artistas das periferias, aprofundando a conexão entre as tradições musicais da Amazônia e da Bahia.

Para finalizar o período de estada na Bahia, o show de encerramento será no Pelourinho, onde Ruth Costa dividirá o palco com suas parceiras baianas, celebrando a ancestralidade e a potência feminina no samba. Mais do que um espetáculo, a apresentação será um símbolo da união entre o Norte e o Nordeste, revelando as conexões culturais que fazem do samba uma das expressões mais ricas e transformadoras da música brasileira.

Um Encontro de Saberes  

O projeto também valoriza a troca de experiências com grupos culturais do Recôncavo Baiano e iniciativas femininas como o projeto Didá. Essas interações destacam a força do samba como instrumento de transformação social e resistência antirracista.

Em contrapartida, Ruth levará suas experiências para Belém, realizando uma Mostra Audiovisual nos bairros do Jurunas, Terra Firme e Vila da Barca. A série documental contará com cinco episódios, incluindo os clipes gravados com Ayrá Soares e as Ganhadeiras de Itapuã.

Ruth Costa, do “Samba de Ruth”

Desde 2019, Ruth Costa é um dos nomes do samba no Pará. Mulher negra, lésbica e ativista, trouxe uma nova energia ao gênero, destacando-se em projetos que ressignificam o papel das mulheres no samba amazônico. Com iniciativas como o “Ki Roda”, “Quintal das Bruxas” e “Sapasamba”, ela criou espaços de protagonismo feminino e LGBTQIA+ na música. Ruth recebeu a comenda “Mérito Cultural e Patrimônio de Belém – Mestre Verequete” e, recentemente, a comenda “Anastácia Livre”, que celebra mulheres negras de destaque em posições de liderança.

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