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Por Rafael Arcanjo*

Pioneiro e um dos maiores eventos de arte e tecnologia do Brasil, o Festival Amazônia Mapping abriu inscrições para sua edição 2023. A inscrição segue aberta até o dia 30 de julho, e os artistas interessados deverão preencher o formulário disponível no site oficial do festival, e enviar sua obra dentro da máscara de vídeo mapping disponibilizada no link de inscrição do chamamento público. A décima edição do evento, acontece nos dias 5 e 6 de agosto, no Museu do Estado do Pará em Belém, e no dia 30 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde em Alter do Chão.

Cada artista poderá realizar até três inscrições de trabalhos diferentes, sendo necessário cadastrar separadamente cada um. Eles podem ser inéditos ou não, e precisam ter o tempo mínimo de 60 segundos e máximo de 120 segundos, além de conter trilha original. O artista também será responsável pela criação e autoria do conteúdo artístico, bem como pelas autorizações de eventuais parceiros de trabalho ou imagens de terceiros no conteúdo inscrito. Grupos também podem se inscrever, mas precisam eleger um representante para fazer a inscrição.

Diversos formatos de obras das artes visuais serão aceitos, tais como: vídeo mapping, vídeo arte, fotografias, vídeo-performances, vjing, vídeos compostos por desenhos, gravuras, gravura digital, pinturas, arte digital e animações em 2D, 3D, gifs, entre outras, desde que estejam montadas de forma sequenciada e aplicadas no blueprint disponibilizado pelo edital. Segundo Roberta Carvalho, artista visual, diretora artística e idealizadora do evento, o edital é um chamamento público para artistas de todo o país que desejem ter suas obras integrantes na programação do Festival Amazônia Mapping 2023. A iniciativa reafirma a força da cultura produzida e difundida na Amazônia e dá protagonismo para a arte de criadores de todo país.

Sobre a importância do evento para a arte amazônica, Roberta fala sobre a forma que o festival reconfigura os olhares acerca da paisagem urbana das cidades da região, e como isso acontece em primeira pessoa, com a participação de artistas visuais, músicos e pesquisadores da área da arte e tecnologia. “Ao propor que esses artistas protagonizem essa cena, a gente projeta a arte da Amazônia, produzida aqui, tanto para a população local, da cidade, quanto para o mundo”, descreve. Ela também resgata a centralidade da região em diversos debates, por exemplo o climático. “Já sabemos que não há futuro sem a Amazônia, então fortalecer a cultura regional, fortalecer os povos da região é uma forma também de manter essa floresta, essa diversidade em pé”, acrescenta.

A diretora acredita que a afirmação, o respeito e a valorização da cultura andam lado a lado com essa proposta urgente de preservar a floresta, a Amazônia, viva, que não é apenas o verde, mas também é as cidades, a cultura e as pessoas que aqui habitam. “O Festival Amazônia Mapping nasce com esse propósito de valorização dessa cultura, de debater as questões da nossa região, que nos atravessam e fazem do nosso território o que ele é. E aí nada melhor do que os artistas, os fazedores de cultura, para traduzirem essas questões simbolicamente, fazerem essas questões serem visualizadas, sentidas pela população, pelo nosso público, através de sensações que só a arte pode trazer”, comenta.

Além do edital de chamamento aberto, o Festival também conta com uma premiação. Serão escolhidas no mínimo 15 obras para a exibição na edição deste ano, e dentre essas, 3 serão premiadas no valor de três mil reais. A escolha é feita pela curadoria do festival, e leva em conta aspectos poéticos, estéticos e técnicos. O anúncio dos nomes escolhidos será feito no dia 2 de agosto.

Acerca dos incentivos do evento à produção cultural regional e local, Roberta evidencia que além do edital e da premiação, o Amazônia Mapping também realiza outras atividades. “Promovemos oficinas, valorizando o intercâmbio com outras regiões do Brasil, para que artistas, artistas técnicos e artistas multimídia possam vir para o festival, trazendo conhecimento e troca de saberes. As oficinas são gratuitas, para um público diverso, e buscam ampliar a possibilidade de instrumentalização técnica, poética e conceitual dos artistas, dos estudantes, enfim, da nossa região”, afirma. A idealizadora também destaca como o festival serve de plataforma para a divulgação dos artistas que se apresentam nele, tanto localmente, quanto mundialmente, e que trazem consigo a visualidade e sonoridade produzidas na Amazônia, atestando a potência dessas produções culturais regionais.

Curiosidade: O vídeo mapping é uma técnica onde imagens, animações ou vídeos são projetados sobre superfícies irregulares, como fachadas de edifícios ou outras superfícies de grande dimensão. Geralmente, há a combinação de música e imagem para criar uma imersão maior do público com a narrativa projetada, e os artistas podem construir ilusões de óptica, dar noções de movimento a elementos estáticos do local onde a arte será projetada e entre outras funcionalidades.

 

Serviço:

Chamada aberta para o Festival Amazônia Mapping 2023

Inscrições até às 23h59 do dia 30 de julho, e podem ser realizadas no site amazoniamapping.com.

Para mais informações, acesse o perfil no Instagram do evento @amazoniamapping

 

O Portal Jambu é um espaço de jornalismo experimental com matérias produzidas por estudantes de graduação da Faculdade de Comunicação da UFPA sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Lima e do jornalista Marcos Melo.

Foto: Divulgação Festival Amazônia Mapping

Sob supervisão da jornalista Giullia Moreira.

 

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