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Amanhã, segunda-feira, 16, a Companhia Moderno de Dança realizará a exibição da dança-filme “Encantarias de Nós” no Cine Líbero Luxardo, a partir das 19h30. A apresentação marca o encerramento da circulação da obra, que passou por diversas cidades do estado do Pará, com o objetivo de estimular a apreciação artística da dança, além de promover diálogos interdisciplinares entre diferentes linguagens artísticas. Outro ponto destacado foi a ocupação de espaços culturais nos municípios do interior do estado, com o intuito de incentivar a produção e disseminação da arte paraense.

“Encantarias de Nós” representa uma inovação estética no Norte do Brasil ao unir as artes da dança e do audiovisual em um formato híbrido, declaram seus realizadores. Dirigido por Alan K. Guimarães, o média-metragem busca explorar o processo criativo da dança a partir do imaginário das encantarias dos rios da Amazônia e da relação com os corpos dos intérpretes.

Gravada na Ilha do Combu, a dança-filme propõe uma reflexão sobre a interação do ser humano com os encantos da natureza amazônica, como as folhas, a terra e o ar. A obra pretende criar novas proposições artísticas entre o corpo, o movimento e a imagem, propondo uma imersão sensorial nas paisagens da floresta.

O elenco, composto por dez artistas paraenses, contou com a concepção coreográfica de Rosangela Colares. O processo criativo, que durou cerca de dez meses, envolveu experimentações, composições coreográficas e a colaboração entre os envolvidos, culminando na gravação, edição e produção final da obra.

Dança-filme e a valorização artístico-cultural da amazônica

O projeto tem como objetivo destacar o contexto sociocultural da Amazônia, utilizando a temática das encantarias dos rios como ponto de partida para um aprofundamento sobre o conceito de “Encantaria-Corpo”, desenvolvido pela doutora Luiza Monteiro em sua pesquisa. As produtoras do projeto, Leylla Melo, Luiza Monteiro e Paola Pinheiro, enfatizam a importância de tratar de questões locais com uma abordagem que permita a conexão entre o universal e o particular, especialmente em um momento em que a Amazônia está no centro de discussões locais e globais.

Elas acreditam que ao abordar temas como as encantarias, é possível redimensionar a cultura paraense, oferecendo novas perspectivas sobre como a arte local pode se manifestar na contemporaneidade. “Estar na Amazônia como artista requer uma delicada atenção para com a cultura local, buscando sempre um diálogo entre o local e o global”, afirmam as produtoras.

O projeto também adotou medidas de acessibilidade comunicacional. A versão da dança-filme conta com audiodescrição e legendas, além da tradução para a língua Brasileira de Sinais (Libras) durante as oficinas e rodas de conversa realizadas.

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