Da Redação | Foto: Ana Paula Gomes
O Coletivo Noite Suja, conhecida organização de arte drag amazônica, promove o espetáculo “Dramática, o Concurso”, nesta quarta-feira (04), às 19h30, no Teatro Margarida Schivasappa, com o objetivo de fomentar, viabilizar e visibilizar a arte drag na Amazônia. O evento será um espaço acolhedor para a apresentação de drag queens e funciona como uma espécie de apresentação de novos artistas.
Dentre as atividades previstas para o evento estão performances artísticas, como danças, dublagens, atuações e outras expressões artísticas. Além de apresentações inéditas de artistas belenenses, como Pandora Rivera Raia, Joanne Versace, Flores Astrais e DJ Math, além de Joselito The Clown, do Rio de Janeiro. Durante a apresentação, a décima Rainha NoiteSuja será coroada, um dos principais e mais almejados títulos da Arte Drag Amazônida.
Ao total, 17 drag queens concorrem ao título de Rainha, sendo elas: Amélia Wintour, Aphrodite, Ares Estrelar, Ariel DeVênus, Bunny das Coxinhas, Celeste Volúpia, Condessa Devonriver, Coytada, Desirée Lo Bianco, Ellen Moon D’Arc, Flor de Jambo, Kevellyne Davilla, Klausberg, Lucrécia Dana, Monique Lafon, Saxxa Beebe e Vallentina. As coroadas das edições anteriores da premiação também vão participar do evento desta quarta
De acordo com Tristan Soledad, fundadora do Coletivo Noite Suja e primeira participante nortista da versão brasileira do reality “RuPaul’s Drag Race”, o “Dramática” é uma produção independente que segue a tríade que o Coletivo realiza há mais de uma década: fomentar, viabilizar e visibilizar a arte drag na Amazônia. Ela contou que a programação foi pensada para valorizar não só a arte drag brasileira, em especial a de Belém, mas também para valorizar a música nacional e também as raízes do Movimento Drag, suas origens e as antigas rainhas do transformismo brasileiro. Ela também revelou que, neste clima de exaltação da cultura nacional, todas as candidatas farão números com músicas brasileiras e em Português.
Como um dos maiores difusores da arte drag no Brasil, o Coletivo NoiteSuja e o espetáculo “Dramática” possuem, ainda, outro significado: o de retratar, através da arte e cultura paraense, as vivências e experiências da comunidade LGBTIQIAPN+ na sociedade brasileira. “Produzimos desde festas, encontros de saúde mental, oficinas de montação drag para mulheres, concursos e muito ainda se tem a explorar. A arte drag é a linguagem das possibilidades. A arte drag vem de dentro, ela fala sobre nós, sobre o outro, sobre nosso espaço ao redor e sobre quem nós somos neste mundo e na sociedade. No livro do escritor Juliano Bentes, ‘Ekoaverá’, é feito um estudo sobre a territorialidade do fazer artístico na Amazônia. Aqui pensamos de um jeito, produzimos de um jeito e o espaço geográfico afeta diretamente quem somos e o que fazemos. O que temos aqui é único. A arte drag é uma espécie de canhão de guerra. É quando através de um figurino, uma maquiagem, uma montação, nós estamos montadas para fazer uma grande revolução”, ressaltou Tristan.
Os ingressos estarão disponíveis na bilheteria do Teatro Margarida Schivasappa a partir das 17h. O espetáculo tem duração de 2h30 e conta com classificação indicativa livre para todos os públicos.