
Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação
A Praça Dalcídio Jurandir, no bairro da Cremação, em Belém, será palco das vozes periféricas nesta quarta-feira, 11, a partir das 19h30. A seletiva integra a I Copa Paraense de Rimas, festival estadual de freestyle que reúne os principais nomes da cena hip-hop do Pará. Com entrada gratuita, o evento marca a expansão da tradicional Batalha de São Brás, considerada o maior movimento de hip-hop da região Norte.
Ao todo, serão 16 seletivas em diferentes municípios paraenses, culminando numa grande final em Belém, no dia 23 de agosto. O evento celebra a força cultural das periferias amazônicas. “A Copa Paraense de Rimas é mais do que um campeonato, é uma afirmação da nossa identidade. O rap feito na Amazônia carrega nossas águas, florestas e favelas. É discurso ambiental e ferramenta de transformação social”, afirma o rapper e produtor cultural Daniel ADR, idealizador do projeto.
A jornada da Copa será registrada em um média-metragem documental que deve estrear ainda este ano, em sintonia com a COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá em Belém. O objetivo é mostrar como o rap da Amazônia dialoga com as pautas ambientais e sociais que atravessam os territórios da região. “Cada rima que sobe ao palco carrega não só talento, mas história, dor, ancestralidade e resistência. Essa juventude está contando o que vive, e isso é político. É urgente”, reforça o produtor.
Após Belém, a caravana do freestyle segue por cidades como Castanhal (14/06), Marabá (22/06), Parauapebas (23/06), Altamira (04/07) e Breves (15/07), alcançando diferentes regiões do estado. Em cada seletiva, um MC é escolhido para representar sua cidade na grande final. A última vaga será definida por curadoria. A lista completa das cidades e datas das batalhas você encontra no perfil do projeto.
A I Copa Paraense de Rimas se insere num contexto maior de valorização das culturas urbanas e da juventude periférica da Amazônia. Ao unir arte, formação e mobilização, o projeto se destaca como uma poderosa plataforma de visibilidade para vozes muitas vezes silenciadas. “O Pará é potência, e o rap é prova disso. Essa Copa mostra que o Norte tem muito a dizer e sabe dizer rimando”, conclui Daniel ADR.
Mais informações e a programação completa estão disponíveis no Instagram oficial do projeto.