Da Redação | Foto: Miguel Chikaoka
Nascida de uma iniciativa de formação de fotógrafos no estado do Pará, a Associação FotoAtiva comemora 40 anos de existência e estímulo à produção do pensamento crítico sobre a Amazônia. A exposição “FotoAtiva 40 Anos. Teias, Fluxos e Resistência” apresenta os trabalhos mais emblemáticos dos fotógrafos que ajudaram a construir a associação ao longo dos anos, reunindo cerca de 30 produções. A mostra está sediada na galeria do Centro Cultural Sesc Ver-o-Peso, no terceiro andar da sede, e está aberta ao público de segunda a sexta, das 9h às 18h, até o dia 19 de junho.
Segundo o fotógrafo e fundador da FotoAtiva, Miguel Chikaoka, a associação surgiu a partir de uma oficina realizada por ele chamada “Foto Oficina”. Mesmo após o término da atividade, o grupo que participou continuou se encontrando para realizar ações fotográficas. Durante esses encontros surgiu a ideia de criar uma associação, que foi se desdobrando até a fundação da FotoAtiva, em 1984, com o objetivo de usar a imagem fotográfica como ferramenta de sensibilização e construção de um pensamento crítico sobre o mundo e o entorno.
“Em 1984, o projeto Foto Oficina, que na época se chamava Núcleo de Oficinas FotoAtiva, foi aprovado pela FUNARTE e começou a existir enquanto um núcleo. O projeto se expandiu e acabou se transformando na FotoAtiva. Essa pluralidade de pessoas trabalhando com uma comunidade mais específica que era Cidade Velha é o que eu entendo que foi o nascimento desse coletivo que, posteriormente, se consolidou”, explica Miguel Chikaoka.
Os curadores Maria Christina e Orlando Maneschy explicam que cada fotógrafo convidado expõe uma obra na Mostra. Os participantes são: Alberto Bitar, Alexandre Sequeira, Ana Catarina, Claudia Leão, Claudio Ferreira, Eduardo Kalif, Elza Lima, Fatinha Silva, Flavya Mutran, Guy Veloso, Ionaldo Rodrigues, Irene Almeida, Jorane Castro, Jorge Ramos, Joyce Nabiça, Luiz Braga, Lucas Negrão, Luciana Magno, Maria Christina, Mariano Klautau Filho, Marise Maués, Michel Pinho, Miguel Chikaoka, Octavio Cardoso, Orlando Maneschy, Patrick Pardini, Paulo Santos, Raio Verde, Rooney Alano, Samir Dams, Sinvall Garcia, Suely Nascimento e Walda Marques.
“Eu acho que, em síntese, a FotoAtiva é como um lugar de esperança, no sentido mais profundo do social que a gente possa pensar. […] A FotoAtiva, assim como outros vários pequenos núcleos, são lugares de sobrevivência, de força, união e de construção humana junto com os outros”, disse Orlando Maneschy, no evento de abertura da exposição, que aconteceu dia 13 de abril.
Novos Projetos da FotoAtiva
Para além da exposição, a Associação FotoAtiva está com muitos projetos em mente e outros em andamento para ampliar as atividades que vem fazendo em Belém. Durante a abertura da Mostra, foram feitos diversos anúncios sobre esses novos trabalhos. Um deles é a repaginação do espaço e de sua identidade visual. O selo original foi feito pelo designer Eli Sumida, ainda na origem do Coletivo. Dessa vez, Eli foi convidado para criar uma nova arte, que capture a essência dessa fase atual.
Irene Almeida, presidente da Associação FotoAtiva, afirma que o principal foco dela e dos demais membros da organização é a restauração do espaço, também conhecido como Casarão FotoAtiva. O imóvel se tornou sede dos fotógrafos e artistas no ano de 2005, através de uma cessão de uso via Prefeitura Municipal de Belém, e que durante o século XIX foi sede do primeiro estúdio fotográfico da Amazônia, o ateliê Photographia Fidanza.
“A gente está focado nesta reforma que vai tornar esse lugar mais acolhedor do que já é. Mesmo que de uma forma, digamos que, precária, eu acho que a gente consegue trazer as pessoas e fazer com que elas se sintam bem acolhidas aqui. Então o projeto maior é esse, de conseguir o restauro”, apontou Irene.
A FotoAtiva também segue realizando diversas atividades, como a exposição “Máquinas para filosofar, subverter e sonhar: a Mamute, uma gigante”. E uma oficina que irá iniciar nesta terça (16), que é a “Oficina Lab de Pinhole Livre”, com Miguel Chikaoka, com apenas oito vagas para inscrição.
“Nós temos muitos projetos para este ano. Por exemplo, o de residência, que já começou ano passado e que este ano a gente vai receber vários artistas do Brasil e de fora. Junto com o Sesc, firmamos essa parceria para eles trazerem uma exposição e fazer um corredor de ligação FotoAtiva com o Sesc”, concluiu Irene.
Serviços:
Exposição “FotoAtiva 40 anos. Teias, fluxos e resistência”
Visitação: de 15 de abril a 19 de junho de 2024
Horários Disponíveis: Segunda a Sexta, das 9h às 18h
Local: Galeria do Centro Cultural Sesc Ver o Peso (3º andar), Boulevard Castilhos França, nº 522/523 – Campina.
Oficina Lab de Pinhole Livre
Período: 16 a 25 de abril (15h – 17h)
Público alvo: Interessados a partir de 16 anos.
Número de vagas: 8 vagas.
Carga horária: 20 horas.
Inscrições no Link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeeTcSTOCzydcL36IoJrf6lhmuAeHjQazb9G7Jl_rryf2kbrQ/viewform