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Da Redação | Foto de capa: Irene Almeida

Nesta terça-feira (28), a artista visual paulista Flávia Mielnik participa de uma conversa, às 18h, na Associação FotoAtiva, para falar dos resultados preliminares da pesquisa que vem desenvolvendo em Belém, como parte do programa “FotoAtiva em Residência”. O programa é uma ação voltada a pesquisas autônomas de artistas da imagem, se constituindo em um processo no qual não existe a obrigatoriedade de um produto final, mas no qual o artista participante constroi trocas e diálogos com a Associação e com a cidade, durante o período de residência, de maneira que isso acrescente e contribua com a sua pesquisa artística.

O objeto de pesquisa da artista na capital paraense é a cerâmica marajoara, e Flávia investiga as tensões existentes entre o que é considerado patrimônio arqueológico e está exposto em espaços oficiais de preservação, e as histórias vivas de comunidades locais. Seu foco se volta em identificar como os saberes e os conhecimentos das pessoas que confeccionam essas cerâmicas são omitidos, ou mal representados, nas narrativas expostas nesses locais de autoridade cultural, como museus etc. A artista mergulhou e conheceu diversos processos de criação, assim como fez contato com mestres da cerâmica do Marajó e de Icoaraci.

Parte das obras de Flávia Mielnik, no Casarão da FotoAtiva – Foto: Flávia Mielnik

As práticas artísticas de Flávia se voltam aos vestígios, restos e rastros de histórias e saberes populares que estão em estado de ameaça ou extinção. Seu trabalho dentro do programa de residência também se volta à essa temática, e a artista coleta elementos como peças de um quebra-cabeça a fim de conectar histórias à gestos e à fragmentos arquitetônicos, construindo cenas que transitam entre os estados de ruína e construção, um estilo que nem sempre consegue espaço nas narrativas convencionais.

O bate-papo abordará questões como a forma de se preservar e guardar saberes tradicionais de maneira a mantê-los vivos, e não somente enquanto peças arqueológicas e históricas. A maneira como os museus tratam as histórias por trás dos ítens, e o que acaba escapando dessas narrativas,  também fará parte da conversa.

Sobre a artista:

Flavia Mielnik é artista visual, educadora e pesquisadora. Muitos de seus projetos emergem de circunstâncias comunitárias específicas ligadas a uma determinada localidade, por meio de ações que combinam fotografia, vídeo, texto, desenho e a comunicação de diversas formas com pessoas. Em sua prática volta-se para os vestígios, restos e rastros de histórias e saberes populares em estado de ameaça e de extinção, desenterrando vestígios, conectados a gestos e fragmentos arquitetônicos, muitas vezes negligenciados nas narrativas convencionais. Mais detalhes sobre sua carreira e trabalhos estão disponíveis em seu site online, basta clicar aqui para acessá-lo.

Serviço:

Processos compartilhados – FotoAtiva em residência com Flavia Mielnik

Data: Terça-feira, dia 28 de maio.

Horário: A partir de 18h.

Local: Associação FotoAtiva, Praça das Mercês, 19 – Campina.

Entrada franca. 

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