“Bienal das Amazônias Sobre as Águas”, projeto desenvolvido pelo Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), lançado em dezembro do ano passado ficará aberto à visitação na Escadinha do Cais do Porto, ao lado da Estação das Docas, em Belém, a partir desta sexta-feira, 07 de fevereiro. A proposta do projeto é levar, de forma itinerante, ao longo do primeiro semestre de 2025, intervenções artísticas e ações educativas às comunidades ribeirinhas, das ilhas do município de Belém e arquipélago do Marajó.

Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação
Com capacidade para 200 pessoas e programação totalmente gratuita, o barco-obra de arte ficará em Belém até o fim de fevereiro e depois partirá para uma viagem de cinco meses pelos rios da Amazônia, navegando com uma tripulação média de 20 pessoas capacitadas para dar todo tipo de suporte necessário ao público das comunidades onde aportar. Com o projeto, os organizadores pretendem não só promover a arte, mas também criar um veículo de troca entre as diversas culturas amazônicas. De acordo com Keyna Eleison, curadora da Bienal e diretora de Conteúdo e Pesquisa do Instituto Bienal das Amazônias, a embarcação será mais que um simples meio de transporte, mas uma verdadeira obra de arte ambulante, carregada de performances, aulas, festas, e eventos culturais que buscam fomentar um grande encontro de saberes entre as comunidades e artistas de diferentes regiões.
Para Freddy Mamani, pedreiro e arquiteto boliviano, responsável pelo projeto, a fusão de culturas através da arquitetura da embarcação, com elementos geométricos inspirados na arquitetura andina e a paleta de cores da Amazônia, promete uma experiência única que integra as tradições culturais de ambos os territórios. Além disso, o projeto não é só importante para a arte, mas para a preparação do Brasil para sediar a COP 30. O CCBA promete um espaço de ressignificação cultural, alcançando locais que tradicionalmente não têm acesso a espaços culturais fixos. Lívia Condurú, presidente do CCBA, destaca o impacto transformador do projeto. “Com as itinerâncias conseguimos chegar a outros lugares da Amazônia por meio de terra, e, agora, chegar por meio de rio é absolutamente importante para aquilo que a gente deseja para o nosso território, que é fortalecê-lo a partir do próprio território”.
A programação, que inclui visitas, apresentações e workshops, será uma oportunidade para vivenciar uma programação cultural diversa e de alta qualidade, criando um intercâmbio cultural que, segundo Carla Bechara, coordenadora de Produção da Bienal, “trará novas oportunidades de aprendizagem e inovação artística para as comunidades visitadas”.. A expectativa é que o barco, ao longo de sua jornada, seja um elo de união para um futuro mais inclusivo e sustentável para a Amazônia e seus habitantes.
Neste fim de semana, com começo a partir da sexta, 07, a visitação acontece de14h às 19h. No sábado, 08, será de 10h às 18h e no domingo, 09 de10h às 15h. Após o final de semana de lançamento, a programação seguirá a partir do dia 13 até o dia 28 de fevereiro, às quintas e sextas de 14h às 19h, sábados de 10h às 18h e domingos de 10h às 15h. Em todos os dias, a última entrada poderá ser feita até meia hora antes do horário de encerramento.