Por Isabelly Magalhães/Foto: Andreza Dias
Com temas como preservação ambiental e resistência cultural através da musicalidade, o Fórum Arte pela Justiça Climática encerrou ontem a noite (21), mesclando apresentações internacionais e locais. A primeira foi a performance “Arka kinari ‘em Terra”’ de Nova Ruth (Indonésia) e Grey Filastine (Estados Unidos). Os artistas trouxeram para o público geral relatos e composições sonoras e visuais das navegações que realizaram em um navio à vela transformado em plataforma cultural com intuito de escancarar a emergência climática e resistir ao sistema que a beneficia.
Após esse momento, a noite de encerramento contou ainda com a presença de duas rodas de carimbó formadas pelos grupos “Os Quentes da Madrugada”, de Santarém Novo, e “Sereia do Mar”, da região da água doce de Marapanim. As rodas celebraram a cultura regional e mostraram a resistência da rica herança cultural dos carimbozeiros. “É muito importante a gente trazer essa cultura para interagir com as mulheres, com os homens… É com muito orgulho que a gente está aqui se apresentando”, relata Dona Raimunda Vieira “Mestre Bigida” do grupo de mulheres agricultoras “Sereia do Mar”.
Durante dois dias de realização, a primeira edição do Forúm Arte pela Justiça Climática buscou debater sobre a emergência global climática a fim de encontrar soluções e saídas através da produção artística. Micaela Valentim, que participou dos dois dias de programação, relatou se sentir “desesperançosa, com a sensação de que não tem como resolver o problema (climático) […] e tanto ontem quanto hoje, vendo como a pauta (climática) está sendo abordada aqui, já me deixou mais animada para tentar falar de clima.”
Ao final das apresentações, Priscila Cobra, multiartista de Icoaraci e uma das curadoras do evento, agradeceu aos presentes e pontuou a importância do evento, para a cidade: “Belém fez um intercâmbio e ensinou e não foi ensinada a fazer o que já sabe.”