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Por Rafael Arcanjo | Foto: Reprodução “A Queda do Céu”

O Festival Pan-Amazônico de Cinema – (Fi)Doc, realizado pela ZFilmes e pelo Instituto Culta, abre sua décima edição nesta quarta-feira (20), a partir das 19h, no Centro Cultural Bienal das Amazônias, com a exibição do documentário “A queda do Céu”, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro. O (Fi)Doc segue até a próxima quarta-feira, 27 de novembro, com suas mostras competitivas e outras atividades.

O documentário é baseado no livro homônimo do xamã e líder Yanomami, Davi Kopenawa, escrito em conjunto com o antropólogo francês Bruce Albert. Este título compila falas gravadas de Davi e apresenta ao leitor a cosmovisão dos Yanomami, assim como a importância do xamanismo indígena para a saúde do universo. Kopenawa e a equipe do filme participarão de um bate-papo com o público após a apresentação do filme, além de receber uma homenagem especial junto à professora Zélia Amador de Deus.

Zienhe Castro, diretora-geral e idealizadora do Amazônia (Fi)Doc, explicou que o evento tem por objetivo dar visibilidade às produções cinematográficas feitas na Amazônia Internacional. “É um trabalho de garimpagem para dar maior visibilidade à produção que ocorre nesses territórios. A presença do Brasil sempre é mais forte. O Brasil, hoje, na minha opinião, tem a maior produção cinematográfica da pan-amazônia. Nós temos produções muito consolidadas na Colômbia, que tem o mais antigo festival da América do Sul, Cartagena das Índias, com 63 anos. O nosso está completando dez edições em 15 anos de jornada”, comentou.

O Festival Pan-Amazônico de Cinema é um projeto com 15 anos de existência e nove edições realizadas, com a proposta de trazer um recorte curatorial de filmes e outras produções audiovisuais, como videoclipes ou videoartes, feitas no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Peru, Guiana Francesa e Venezuela. Para a edição de número 10, foram inscritos mais de 820 filmes, entre curtas e longas, ficcionais e documentais, separados em seis mostras competitivas diferentes, uma mostra especial, uma mostra de filmes indígenas, lançamentos e muito mais.

“O festival promove a difusão dos temas relevantes para o debate socioambiental e sociocultural e apresenta para a sociedade o que está sendo debatido a partir dos temas suscitados nessas produções”, observou Zienhe Castro.

Desde o ano passado, o Amazônia Doc, como era chamado, passou a receber produções de ficção, e se tornou o Amazônia (Fi)Doc. Consolidado como um importante evento do cinema no Pará, o Festival também é uma ferramenta para a construção de uma cadeia cinematográfica no estado.

“Receber tantos filmes é um desafio e uma responsabilidade. A gente avalia a pontuação de cada curador e faz reuniões sistemáticas até chegar a essa lista final, contemplando o recorte internacional e a qualidade estética. É um trabalho árduo e sério”, disse Felipe Pamplona, Coordenador de Produção e Curadoria do evento.

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