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Por Kelvyn Gomes/Imagem: Divulgação

Neste sábado, 10, ao meio-dia, a artista paraense Stella do Cärmo lança no YouTube o clipe “Meu Chamado”, faixa que dá nome ao álbum lançado em 2024. Gravado entre Belém e a Ilha do Marajó, o trabalho é definido por Stella como uma “oferenda visual” à ancestralidade afroindígena da Amazônia.

O Videoclipe  mergulha nas paisagens simbólicas do Marajó e de Belém para celebrar a espiritualidade afroindígena e a força da mulher amazônida. “Quis mergulhar na minha própria ancestralidade, escutar as histórias que correm nas veias da minha família e da nossa terra. Foi um processo íntimo e transformador”, relata a cantora, que também assina roteiro e direção artística da produção.

Atualmente radicada em Brasília, Stella retornou à cidade natal para o lançamento e para uma série de reencontros que ela considera afetivos e criativos com Belém, território que, junto ao Marajó, compõem a geografia simbólica do clipe. “Essas paisagens são territórios vivos que fortalecem a narrativa. O Marajó tem uma espiritualidade que se sente na terra. Belém, com sua energia urbana e suas raízes culturais, dialoga com tudo isso de forma intensa”, afirma.

Segundo a artista, “Meu Chamado” é uma invocação musical que mistura reza, canto e manifesto. “A canção fala sobre despertar espiritual, pertencimento e reconexão com as raízes. Cada palavra é atravessada por sentidos profundos, que evocam memórias e desejos coletivos de cura e resistência”.

O clipe é o quinto lançamento audiovisual do álbum homônimo, que conta com participações de artistas como Raidol, Malu Guedelha, Coral Matamba e Trio da Mata. Com direção musical de Rafael du Vale e Lucas Miranda, o disco mistura sonoridades tradicionais do Pará, como curimbós, maracás, atabaques e guitarras, a arranjos contemporâneos, formando um mosaico sonoro potente e plural.

Nascida em Icoaraci, distrito de Belém, Stella do Cärmo iniciou sua carreira online em 2020 e, desde então, vem se consolidando como uma das vozes mais originais da nova cena musical amazônica. Seu trabalho une religiosidade afroindígena, encantaria e ritmos da floresta com uma poética contemporânea e politizada. “É muito bonito ver a música paraense ganhando mais espaço, mesmo enfrentando muitos estigmas. Nosso território é um centro de produção artística e espiritual sofisticado, potente e plural. Quero contribuir para esse coro de vozes que ecoam a Amazônia com orgulho e responsabilidade”, finaliza.

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