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De 20 de abril a 1º de maio, 20 artistas, do coletivo das Themônias, desembarcam na França para uma turnê internacional que promete dar visibilidade e voz às produções artísticas da Amazônia. A programação integra a LILLE 3000 Parade, um evento de grande relevância cultural que inaugura o circuito artístico da França, com Lille como a capital cultural do país.

O projeto, intitulado “Revoada das Themônias na França”, levará o movimento amazônico a Lille, onde o cortejo percorrerá as ruas do centro da cidade, com apresentações em carro aberto, performances e uma ala de 100 pessoas vestidas pela artista Uhura Bqueer. Também será realizado um ato-performance para chamar a atenção sobre as problemáticas da Amazônia, incluindo a preservação da floresta e as mudanças climáticas.

Em Paris, o movimento chega ao renomado “Cabaret Madame Arthur”, fundado em 1946, que é um dos principais espaços de resistência LGBTQIAPN+ da cidade. No local, as artistas realizarão performances individuais e coletivas em parceria com o elenco local, destacando a diversidade cultural da Amazônia.

A convite do galerista e curador Ricardo Sardenberg, a participação das artistas faz parte das celebrações do Ano Brasil-França, uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Associação das Themônias da Amazônia (ASCULTA). Com produção executiva de Gabriela Luz e Liah Ribeiro, a missão contará com uma equipe de 20 themônias nas áreas de curadoria, produção, comunicação, identidade visual e outras frentes do projeto.

Gabriela Luz, pesquisadora e arte-educadora, destaca a importância dessa viagem não apenas como uma oportunidade de representatividade para a Amazônia, mas também como uma plataforma para debater as questões de gênero, sexualidade e as causas ambientais enfrentadas pela região. “Temos a arte como um lugar de resistência, de luta contra as violências e como uma forma de pensar a sociedade”, afirma Gabriela, que considera essencial dar visibilidade ao trabalho de artistas LGBTQIAPN+.

As montações serão inspiradas na fauna amazônica, com destaque para os pássaros da região, muitos dos quais estão ameaçados de extinção. A proposta é unir arte e ativismo como resistência e preservação. A artista Uhura Bqueer, uma das principais lideranças do movimento, enfatiza o legado que o evento deixa para as futuras gerações. “Queremos provocar o debate sobre a preservação ambiental, destacando a importância dos povos da floresta e seus ecossistemas para manter a Amazônia viva”.

Para Gabriela Luz, o coletivo se destaca pela pluralidade e as origens amazônicas e isso se reflete na participação internacional do grupo. “Somos um movimento plural e diverso que nasceu na Amazônia, mas que agora ocupa o mundo inteiro. Queremos mostrar que a arte feita por pessoas LGBTQIAPN+ merece ser valorizada, respeitada e reconhecida, independentemente da nossa origem ou identidade”.

Para acompanhar a revoada artística das themônias, o público pode ficar de olho no Instagram oficial do movimento @asthemonias.

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