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Disponíveis gratuitamente e acessíveis até de modo offline, os dicionários possuem categorias de palavras, campo de busca, um player para ouvir a pronúncia correta, e até imagem ilustrativa

Por Giullia Moreira/Imagem: divulgação

A diversidade e riqueza cultural do Brasil em grande parte deve-se aos povos indígenas e originários. Entre culinária, artes e tradições milenares, a Amazônia brasileira carrega também uma grande variedade linguística que necessita de fortalecimento e proteção. No Museu Goeldi, a cultura dos povos indígenas é o foco de pesquisas e estudos para preservação e revitalização. Nesse contexto, surgem os dicionários multimídias: ferramentas tecnológicas que valorizam as línguas indígenas como formas de expressão desses povos.

Lançado hoje (19), às 10h, os dicionários bilíngues contém o Kanoé-Português, Oro Win-Português, Puruborá-Português, Sakurabiat-Português, Salamãi-Português, Wanyam-Português e o dicionário de Lugares Sagrados do Povo Medzeniakonai. O evento contou também com a palestra de Ana Vilacy Galúcio, pesquisadora titular do Museu Goeldi.

De acordo com o livro “Línguas indígenas: tradição, universais e diversidade”, de Luciana Storto, professora da USP, havia entre 600 e mil línguas sendo faladas pelos nativos indígenas antes da chegada dos portugueses no Brasil. Atualmente, só existem 154. Tendo em vista a realidade preocupante de perda cultural dos povos originários, iniciativas que incentivam e resguardam a memória e a riqueza das pessoas indígenas são essenciais para que haja um fortalecimento desses povos dentro do Brasil e da Amazônia.

As ferramentas são compostas por uma introdução sobre a língua selecionada, categorias de palavras, campo de busca, a palavra em sua forma escrita, a transição fonética da palavra, um player para escuta correta da palavra e imagens ilustrativas. Disponíveis em Android, HTML ou em arquivos no formato PDF, a plataforma permite que os usuários possam ter acesso aos conteúdos mesmo que de forma offline.

A pesquisadora Ana Vilacy destaca a importância dos dicionários para a sociedade e, principalmente, para os povos indígenas. Segundo ela, a produção do dicionário Puruborá-Português, por exemplo, foi resultado de uma grande colaboração entre o museu e anciãos do Povo Puruborá, de Rondônia. “ É uma forma de você trazer informações sobre as línguas, um pouco de conhecimento de forma lúdica também, para facilitar o acesso de uma forma geral e despertar a consciência para a variedade de línguas faladas no país”, conclui.

Confira os dicionários no site.

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