Na noite do último domingo, 15 de dezembro, o músico e produtor paraense Manoel Cordeiro emocionou o público do Festival Psica, em Belém, ao abrir seu novo show com a leitura do manifesto “Música Popular Brasileira Feita na Amazônia”. O texto, de sua autoria, é um chamado à reflexão e à valorização cultural da região, com ênfase na música como um vetor de transformação social e afirmação identitária. Além da leitura do manifesto, o show também contou com as participações especiais de Aninha Odalisca, Felipe Cordeiro, Nelsinho Rodrigues e Nayara Guedes.
Por Kelvyn Gomes/Imagem: Irlan Paixão
O manifesto “Música Popular Brasileira Feita na Amazônia” lançado ontem, 15, por Manoel Cordeiro na abertura de seu show, de mesmo nome, na última noite do Festival Psica 2024, propõe um debate sobre as potencialidades culturais da Amazônia como fonte de desenvolvimento econômico e social. Manoel defende que a música da região, autêntica e rica em diversidade, deve ser reconhecida não apenas como uma expressão artística, mas como um vetor de valorização e reconhecimento da diversidade e importância da cultura amazônica.
“Nossa música precisa ser ouvida e entendida por seu valor único, carregando a alma da floresta, das águas, das lendas e das lutas do povo amazônico”, detalha Manoel ao público que acompanhava o show. O manifesto marca a contagem regressiva para os 70 anos de vida do mestre da guitarrada, comemorado em novembro de 2025, período da COP 30.
O texto também reforça a importância da união entre diferentes vertentes artísticas para o fortalecimento da cultura amazônica. Além da música, o manifesto da MPB Feita na Amazônia, destaca o papel de outras expressões, como o cinema, a dança, a literatura e as artes visuais, na construção de uma identidade regional que dialogue com o Brasil e o mundo.
Para Manoel, o fortalecimento da arte feita na Amazônia está diretamente relacionada ao protagonismo de seus artistas e à preservação de suas raízes culturais. “Queremos que o Brasil e o mundo conheçam e celebrem essa MPB feita na Amazônia, pois nela vive a voz da nossa floresta, da nossa gente e de um futuro que construímos coletivamente”, declarou o artista.
Um show de celebração
Após a leitura do manifesto, o show “MPB feito na Amazônia” foi pura nostalgia com convidados como o filho do mestre, Felipe Cordeiro, que acompanhou o pai em um duo de guitarrada e sucessos da banda Warilou, criada por Manoel em 1990, como “Volare”. Além de pai e filho no palco, o público cantou e dançou com com os clássicos “Voltarei”, de Nelsinho, e “Odalisca”, de Aninha. Já Nayara, cantou “Luz do Mundo” ao lado de Felipe, sucesso do Warilou composto por Manoel Cordeiro e Ronery. “Que essa seja a trilha sonora de uma Amazônia que se orgulha de si e, ao som de sua própria música, desenha o seu caminho”, concluiu o artista.