Por Evelyn Ludovina/Foto: Felipe Vilhena
Arte, ciência e ativismo se encontraram em uma tarde de oficinas e rodas de conversa no último dia de programação do Fórum Arte pela Justiça Climática. O evento reuniu diferentes formatos que contribuíram para discussões essenciais sobre o futuro do planeta e a luta por justiça ambiental.
Três oficinas ocorreram simultaneamente. Uma delas contou com a presença de Brigitte Baptiste, cientista, intelectual e defensora de gênero da Colômbia, que abordou o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas e a necessidade de repensar as relações humanas diante dessa crise.
A oficina “Lambendo a Cidade das Mangueiras: o lambe-lambe em Belém do Pará”, conduzida por Beatriz Paiva, explorou temas como a afetividade entre mulheres negras, ancestralidade e regionalidade. Ao final, os participantes criaram um lambe-lambe coletivo que expressou essas questões de forma artística e colaborativa.
Outra oficina teve como foco o papel da fotossíntese no combate às mudanças climáticas. Através de atividades práticas com circuitos elétricos DIY (faça você mesmo), os participantes aprenderam sobre o sequestro de carbono e a importância de práticas sustentáveis e de reflorestamento.
Micaela Valentim, participante da oficina, comentou sobre as diferentes formas de expressão presentes no fórum: “Muitas pessoas ao meu redor às vezes não entendem a conexão entre arte e ativismo, mas aqui vejo metodologias e abordagens diversas que mostram o potencial transformador da arte.”
Além das oficinas, a tarde contou com a exibição de dois filmes: Negritar (Brasil) e Tareq Khalaf (Palestina). O primeiro narra a história de Raimundo e Maria, um quilombola e uma indígena do Pará, que enfrentam o conflito de retornar ao cemitério ancestral de sua vila, agora ocupado por uma plantação de óleo de palma. Já o filme de Khalaf reflete sobre o privilégio de pertencer a um lugar e o significado de lar, mesmo diante da fragmentação familiar e das dificuldades da vida na Palestina.
O dia encerra com uma roda de conversa sobre “Imaginação socioambiental: arte como protesto e protesto como arte”. E para fechar a programação com chave de ouro, a partir das 19h15, todos estão convidados para uma animada roda de carimbó com os grupos Sereia do Mar e Os Quentes da Madrugada. Venha celebrar a cultura e se despedir desse grande evento ao som do carimbó, numa festa cheia de ritmo e alegria!