Da Redação | Fotos: Rafael Arcanjo
O quarto dia da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes teve como tema a “Voz da Democracia e da Liberdade”, e aconteceu durante os três períodos da última terça-feira (20). Contação de histórias, saraus, apresentações de teatro, debates sobre democracia e a representatividade juvenil foram destaque na programação do evento, que acontece no Hangar Centro de Convenções. O encerramento do quarto dia ficou por conta de um espetáculo do projeto “Paulo Para Sempre Ruy”, que homenageia Paulo André e Ruy Barata, grandes nomes da música paraense.
Dando início à programação da Arena Multivozes, espaço montado no centro da área principal da Feira do Livro, o jornalista e ativista dos direitos LGBTQIAP+ Marcos Melo foi o convidado para o papo-cabeça do dia. A conversa foi norteada pelo tema “Democracia e representatividade juvenil”, e teve como encerramento uma performance da artista Samara Cheetah.
Giovana Rodrigues, estudante de 21 anos, estava visitando a feira pela primeira vez em muitos anos e assistiu ao bate-papo. A graduanda em jornalismo contou que já havia visitado a feira antes, mas durante sua infância. Na última terça-feira, Giovana visitou o espaço e disse se surpreender com o corredor dedicado inteiramente a sebos.
Além das muitas apresentações culturais e artísticas dentro de sua extensa lista de atividades, a Feira também conta com um espaço chamado “Beco dos Artistas”, onde coletivos, autores independentes e artistas independentes podem expor suas artes. Leonardo Dressant, cartunista e escritor paraense, foi um dos artistas presentes no espaço com seus quadrinhos dos urubus “Pitiú e Xibé”, assim como seus livros infantis à exemplo de “Bruxinha Keké”, lançado no ano passado.
Segundo o autor, espaços como o “Beco dos Artistas” servem não só para divulgar o trabalho dos artistas expositores, mas também representam uma oportunidade de networking e negócios. Ele apontou que artistas independentes têm dificuldade de estar em estandes grandes ao lado de nomes já consagrados, então locais como o “Beco dos Artistas” ajudam bastante a cena independente.
Em outro espaço dentro da Feira, os autores também têm a oportunidade de expor seus livros, lançá-los e realizar sessões de autógrafos e bate-papo com fãs ou interessados. O “Ponto do Autor”, como o espaço é chamado, tem uma rotatividade de autores presentes, o que possibilita ao público conhecer vários deles em uma visita à Feira do Livro.
Uma das escritoras presentes ontem no espaço foi Márcia Duailibe, com suas obras de literatura infantil. Ela destacou sua satisfação com o espaço Ponto do Autor, que fica bem ao lado da Arena Multivozes no centro do pavilhão principal da Feira do Livro, e ressaltou a importância de espaços como este para os escritores regionais. “Representa uma divulgação muito boa para a gente. Primeiro: já participar da Feira é muito bom. E ter um espaço para você expor é maravilhoso, um espaço confortável, grande, onde as pessoas são queridas e te deixam à vontade, e distribuí com vários autores”, destacou Márcia Duailibe.
A escritora ressaltou também que, mesmo com a rotatividade dos autores, o espaço fica com alguns exemplares das obras trazidas por eles, deixando-as em exposição para que outros visitantes possam comprá-las. “A Secult lança o edital, a gente se inscreve e então é um espaço muito grande para vários autores. O tempo inteiro acontece a troca dos autores para dar para todo mundo um pouquinho da história. Eles ficam com nossos livros em exposição para quem quiser depois do nosso horário quiser adquirir está aqui [no Ponto do Autor] em exposição. Eu acho muito bom”, finaliza Márcia Duailibe.
Homenagem a dois grandes mestres da Cultura
Sandra Duailibe, artista paraense que participa do projeto “Paulo Para Sempre Ruy”, estava na Feira e contou em entrevista ao Portal sobre suas expectativas antes de sua apresentação. “É uma emoção renovada, ela se renova mesmo a cada espetáculo. Imagina, na Feira do Livro, uma feira que fala das multivozes, com um público absurdo de gente circulando de todas as idades. Além disso, apresentar ou interpretar Paulo André e Ruy é sempre um desafio. Olha, eu tô toda arrepiada porque eles representam para nós paraenses, e pro Brasil e pro mundo, quem ouvir Paulo André e Ruy sabe o que eles representam para a história da Música Paraense. Do talento, da harmonia, das letras, a música que eu interpreto é um espetáculo! Chama-se ‘Tronco Submerso’”, revelou Sandra Duailibe.
A cantora destacou ainda o prazer de estar novamente no time de artistas convidados pelo projeto, bem como a alegria que representa para ela dividir o palco com grandes músicos da cultura paraense. Outra imensa felicidade para Sandra foi acompanhar sua irmã, a escritora Márcia Duailibe Forte, no espaço “Ponto do Autor” dentro da feira.
Para encerrar a noite do quarto dia de Feira do Livro, o projeto “Paulo Para Sempre Ruy”, que tem como objetivo homenagear a obra de Paulo André e Ruy Barata, levou grandes nomes da música paraense para interpretar composições de Paulo e Ruy. O show abriu com Olivar Barreto interpretando Pauapixuna, grande sucesso de Fafá de Belém escrito por Paulo André e Ruy.
Passaram também pelo palco da Arena Amazônica os cantores Lucinnha Bastos, Andréa Pinheiro, Trio Warilou, Mahrco Monteiro, Júlia Passos, Pedrinho Callado, Rogério Brito, Dayse Addario, Mário Mousinho, Elói Iglesias, Sandra Duailibe, Bob Freitas e Tynnoko Costa.Um dos grandes momentos do espetáculo foi a apresentação instrumental da música “Foi Assim”, por Tynnoko e Bob Freitas, onde os intérpretes foram o público.
Já no encerramento, todos os artistas retornaram ao palco para cantar juntos “Esse Rio é Minha Rua”, um momento especial onde gigantes da música paraense se uniram para cantar uma canção famosa não só na Região Norte, mas no Brasil todo.