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Da Redação | Foto: Divulgação

O Museu de Arte de Belém (Mabe) recebe nesta sexta-feira, às 19h, a exposição “Impermanência” da artista Sanchris Santos, que reúne pinturas, esculturas e vídeo-performances, realizadas pelo performer Jaime Barradas. Abrigada na sala Antonieta Santos Feio até o dia 8 de setembro, a mostra procura problematizar a condição humana e enfatiza seu caráter volúvel.

Com incentivo da Secretaria de Cultura do Estado do Pará, através da Lei Paulo Gustavo, “Impermanência” usa de imagens que mesclam e sobrepõem figuras para discutir a respeito de identidades, emoções e conflitos que formam um indivíduo. Segundo a própria artista, sua exposição tem muita influência de pensadores como Henri Bergson, Zygmunt Bauman e Gilles Deleuze, conhecidos por suas reflexões sobre a existência humana.

Para descrever os trabalhos expostos, a curadora e educadora do Mabe, Janice Souza, utiliza a palavra “Devir”, que para Deleuze e Guattari representa a ideia da vida enquanto um processo. O termo é muito lembrado também pelo filósofo Heráclito de Éfeso com sua frase “ninguém passa pelo mesmo rio duas vezes”, aforismo que também denota a natureza inconstante da realidade.

“A artista transita pelo universo das imagens e performances, focando no corpo, em construções e trajetórias. Essa exposição fala sobre o nascimento do corpo da mulher negra não-binária e como esse corpo está em estado de resistência o tempo todo. Durante a curadoria, fui tentando materializar essa Sanchris, que pensa e filosofa, em imagens e obras que possam nos impactar”, declara Janice.

Sanchris Santos conta que “Impermanência” é resultado de suas observações sobre as mudanças do mundo e demonstra como classificação como gênero, nacionalidade ou etnia não servem para descrever o ser humano. A resposta da artista para seu conflito existencialista parece estar na capacidade das pessoas de sentir, dar forma e significado. Mesmo assim, ela espera que o público possa se abrir durante a mostra e compartilhar suas próprias interpretações.

“A história pautada em viver no mundo estável (permanência da essência) não se sustenta mais como prerrogativa. A pandemia de Covid-19 escancarou que é cada vez mais proeminente a restauração da diferença, da convivência consigo e com o outro. A exposição toma estes aspectos como fio condutor e, são interpretados nas pinturas, esculturas e vídeo-performance”, ressalta a artista.

Serviço:

Exposição “Impermanência”

Período: De 6 de julho a 8 de setembro de 2024

Visitação: De terça à sexta, das 8h30 às 16h30

Local: Museu de Arte de Belém (Mabe), Praça Dom Pedro II, 2 – Cidade Velha, Belém

Entrada Gratuita

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