Da Redação | Foto: Nailana Thiely
A cidade de Marabá será a primeira a receber a itinerância da Bienal das Amazônias, que desembarca no sudeste do Pará, neste sábado, dia 22. Com um recorte expositivo da primeira edição realizada em Belém no ano passado, com 123 artistas brasileiros, de oito países da Pan-Amazônia e da Guiana Francesa, a Bienal chega ao Sesc Marabá, onde permanece até 17 de agosto. A curadoria da itinerância é de Keyna Eleison e Vânia Leal.
A itinerância é patrocinada pelo Nubank e pela Shell, ambos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A primeira edição teve patrocínio do Instituto Cultural Vale também via Lei de Incentivo. Para o primeiro dia da exposição em Marabá (22), haverá uma mesa redonda com a curadora Vânia Leal e os artistas locais Marcone Moreira, Armando Queiroz e Jairon Gomes, das 9 às 12 horas, com tema: “Tocantins e Itacaiúnas: encontro cósmico de rios”.
“Marabá é uma cidade de grande valor histórico e cultural para a Amazônia brasileira, porta de entrada para muitos migrantes de outras regiões do país, para além de ser terra escolhida por importantes artistas amazônidas para residirem e produzirem. Portanto, faz sentido para a Bienal das Amazônias iniciar sua itinerância pela Amazônia por Marabá”, diz Lívia Condurú, presidente do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA).
Vânia Leal, que também é diretora de Projetos Especiais da Bienal, destaca que a Bienal das Amazônias assumiu uma posição de protagonismo no cenário artístico e cultural amazônico em 2023. Segundo ela, esse momento de itinerância tem a importância social de levar o acervo da Pan-Amazônia para os artistas e o público de diferentes regiões amazônicas. Ainda de acordo com a curadora, o programa itinerante será realizado de forma consistente, pois ao levar uma exposição em itinerância “abre debates aproximados e atravessa territórios”.
Além de Marabá, a Bienal itinerante vai até Manaus (AM), Macapá (AP), Boa Vista (RO) e São Luís (MA). Em cada uma das cidades serão realizados site specifics inéditos – obras de arte que se adequam ao local onde vão ser exibidas –, totalizando 18, sendo três em Manaus, três em Macapá, três em Marabá, dois em Canaã dos Carajás e sete em São Luís.
A diretoria da Bienal não mediu esforços para superar as dificuldades e desafios para tornar esse movimento itinerante realidade. “Quando a gente pensou na itinerância, a gente sabia que ia enfrentar vias de deslocamento. Porque, de fato, se deslocar na Amazônia exige um esforço coletivo. Para Macapá, por exemplo, onde só se chega de barco e avião, as obras vão de avião. A dificuldade existe, mas é preciso comungar um evento de tamanha importância, compartilhar esse momento com os outros Estados da região Norte”, aponta Vânia Leal.
A exposição itinerante consolida a proposta da Bienal das Amazônias de pensar a região com todas as suas complexidades e abraçar as comunidades, tendo como propósito a transformação social por meio da arte. Para Lívia Condurú, uma das funções da Bienal é aplicar uma pedagogia da experiência, com inclusão e acessibilidade, e levar a arte das Amazônias a diferentes ambientes e espaços da imensidão da floresta.
O coordenador pedagógico da Bienal, Emerson Caldas, explica que, durante a passagem por Marabá, os mediadores vão receber o público visitante para apresentar os trabalhos sob a ótica da interatividade. Também será possível agendar visitação de grupos de escolas, ONGs e universidades. Uma intensa programação vai movimentar os agentes culturais da cidade com rodas de conversas e palestras com pesquisadores e artistas. “A ideia é que, todo sábado, ocorram rodas de conversa e programações diversas para o público”, explica Emerson.
Nas itinerâncias, a Bienal oferece um programa educativo formativo para mediação dos espaços expositivos em todas as cidades que compõem a rota: 45 mesas-redondas e 70 workshops.
Serviço:
Itinerância da Bienal das Amazônias em Marabá.
Período: 22 de junho a 17 de agosto.
Local: SESC Marabá, Av. Transamazônica, 1925 – Centro – Marabá/Pará.
Horário de funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 20h. Aos sábados e domingos, das 8h ao meio-dia.
Mais informações no perfil do CCBA: @bienalamazonias