Da Redação | Foto: Murilo Gama
Com a exposição “Uma Pessoa Planta” montada na Galeria Azimute, o artista Murilo Gama faz um passeio pelos sentimentos que o desenhista vive em seu cotidiano e procura demonstrar o quão sufocante pode ser a rotina em sociedade. A mostra ficará aberta até o dia 11 de agosto, das 9h às 22h.
A exposição é composta por diversos trabalhos que o artista produziu ao longo dos anos e, para a exibição, procurou atribuir um sentido. As imagens, segundo ele, representam a parte sufocante do dia a dia, com as preocupações, desapontamentos e frustrações que atravessam o cotidiano do artista. Mas também revelam que em meio ao caos urbano, as plantas seguem crescendo e embelezando a paisagem.
“Eu acredito muito no poder da intuição dentro do meu trabalho. Não paro muito e planejo uma temática, eu costumo juntar várias referências visuais, literárias e músicas e deixar com que isso fique germinando dentro da minha cabeça até o momento que se torna algo novo. Eu gosto muito de explorar os meus sentimentos ou que eles me proporcionam de maneira positiva e negativa. No caso dessa exposição, eu busquei algo que eu já fazia a muito tempo que é o pessoas plantas e atrelei um sentido a eles, um conceito, e acho que dessa forma eles vão ganhando vida e se tornando tangíveis”, explica Murilo Gama.
Com a exposição, o artista representa certas angústias e demonstra para outras pessoas que sentem o mesmo, que não estão sozinhas. Ao final, sua intenção é se conectar com o público e o ajudar a aliviar o fardo sentimental que todos carregam. “Tiveram duas pessoas que se emocionaram quando eu estava explicando o conceito da exposição, na hora eu não sei o que eu senti, mas dias depois percebi como a arte é poderosa na vida das pessoas. Felizmente ou infelizmente, a arte dentro da minha vida é natural, é trabalho, então às vezes eu esqueço o papel da arte na sociedade. Ver o público emocionado com o meu trabalho me faz cair na real”, enfatiza.
Sobre o Artista:
Também conhecido como Cafeína Visual, Murilo Gama ingressou na área da arte por volta dos 22 anos, em 2017, fez da prática seu trabalho. Segundo ele, seu vulgo surgiu por uma sugestão de um conhecido em juntar seus dois vícios, o café e as imagens. Desde sua origem, o tatuador sempre teve um fascínio por representar a mistura entre pessoas e plantas, desde pessoas com árvores na cabeça até entidades totalmente vegetais.
O estilo de Murilo conversa com o surrealismo, com figuras que transitam entre o real e o imaginário. Porém, em suas palavras, sua produção não possui uma identidade única e está em constante transformação, metamorfoseando-se com o tempo. “Se é para definir de alguma forma, acho que meu estilo é ‘cafeína visual’, algo que venho construindo ao longo da minha vida”, afirma o artista.
Em 2018, teve a oportunidade de fazer uma mostra na Galeria Azimute chamada “Desabitado” e foi um ponto chave para Murilo enxergar seu potencial e ajudou a dar início à sua carreira, mesmo que o artista não se identifique mais com esse trabalho. O ilustrador é agradecido por retornar como expositor e com um trabalho que esteja mais sintonizado com sua identidade. “Acho que em alguns pontos eu amadureci bastante, como a forma de enxergar o meu trabalho, e em outros pontos acho que voltei umas casas no tabuleiro, o que eu acredito ser natural também. Na verdade, acho que hoje eu tenho mais consciência do que é ser artista”, finaliza o tatuador.
Serviço:
Exposição “Uma Pessoa Planta”
Duração: De 7 de junho a 11 de agosto de 2024
Horários: De 9h às 22h
Local: Galeria Azimute na Vila Container, Av. Magalhães Barata, 62 – Nazaré, Belém