Da Redação | Foto: Divulgação
O Estado do Pará abriga os mais diversos ritmos e melodias, como o brega, carimbó, siriá, guitarrada e muitas outras sonoridades típicas da região. A série documental “Favela.doc” vem percorrendo as diversas periferias do Brasil para contar histórias sobre as sonoridades populares de cada região e, agora, aporta em Belém para entender mais sobre o Tecnobrega. As gravações na cidade iniciam nesta quarta-feira (17), com Marcos Maderito como personagem principal, e terminam no domingo (21).
O “Favela.doc” é uma coprodução entre a agência “Um Nome”, de Brasília, e “Odun Filmes”, da Bahia, e tem direção da cineasta Viviane Ferreira e co-direção de Melina Bomfim. A proposta da série é traçar uma radiografia da música periférica brasileira. Para isso, a equipe do doc está visitando comunidades de seis estados do país para descobrir as histórias por trás dos diferentes estilos musicais, por meio de personagens centrais de cada estilo e região. Serão oito episódios, divididos entre o cenário musical do Pará, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Distrito Federal.
Membro da “Gang do Eletro”, que prepara tour pelo Brasil, a trajetória do cantor, produtor e compositor Maderito será o fio condutor do episódio do “Favela.doc”, que será gravado em Belém. Nascido no bairro da Cremação, o músico começou como compositor, mas um tempo depois criou, com outros três artistas, a Gang do Eletro. Grupo de sucesso mundial, formado por Waldo Squash, Keila Gentil, William Love e Maderito, a Gang foi uma das principais disseminadoras do Tecnobrega mundo afora.
“O público vai ver o tecnobrega raiz, sem maquiagem, a origem de onde começou esse movimento, lá no bairro da Cremação, até a atualidade. A história envolve a nossa musicalidade e eu pretendo mostrar as coisas que realmente acontecem nesse movimento: as festas de aparelhagem, o vendedor de churrasquinho de gato, os fã-clubes. A gente vai mostrar muita coisa boa que o grande público não sabe sobre o nosso tecnobrega e, principalmente, do eletromelody”, explica Maderito.
Outro foco da série é o impacto econômico que esses estilos periféricos proporcionam, mesmo não sendo, na maioria das vezes, consumidos pelas classes com maior poder aquisitivo dos estados. Indo além do próprio músico, “Favela.doc” retrata como esses gêneros também estimulam economicamente as comunidades em que surgem ao movimentar sua economia e gerar empregos.
Sobre o Tecnobrega
Segundo o livro publicado em 2008, por Ronaldo Lemos e Oona Castro, “Tecnobrega: O Pará reinventando o negócio da música”, o gênero surgiu através da fusão do brega clássico com a música eletrônica. Os autores argumentam que o sucesso do estilo não se deu por meios convencionais, com a entrada nos grandes meios de comunicação, mas pelo sucesso massivo entre as periferias de Belém. Com o grande apelo entre o público, a imprensa se viu obrigada a pautar sobre o gênero, que segue dominando as festas na capital e por todo o estado.
Marcos Maderito
Sobre o episódio do documentário, Maderito completa “eu vou mostrar a história do Maderito, um moleque que ninguém acreditava e hoje em dia tá aí tendo sucesso nacional e mundial, mostrando nossa cultura e foi até os palcos da cerimônia de abertura das olimpíadas no Maracanã junto da ‘Gang do Eletro’”.
Dentre seus trabalhos mais recentes, um dos destaques é a parceria com a cantora Pabllo Vittar para o álbum “Batidão Tropical Vol. 2”, lançado no dia 9 de abril, que traz uma regravação de Maderito na música “Não desligue o telefone”, da banda Djavú. “Estou muito satisfeito que o nosso tecnobrega vem ganhando cada vez mais reconhecimento e sinto que estou em um momento maravilhoso da carreira. Desde 2000, quando comecei, até agora, sempre tive lutas, mas também sempre tive vitórias e estou muito feliz em ver minhas músicas tocando nacional e mundialmente, e ganhando destaque”, conclui o artista.
Ficha Técnica do “Favela.doc”:
Direção: Viviane Ferreira
Assistência de Direção e Codireção: Viviane Ferreira e Melina Bomfim
Produção Executiva e Argumentos: Agência Um Nome, Guilherme Tavares e Amanda Bittar – Agência Um Nome e Favela Sounds
Direção de Produção: Carol Lacombe
Direção de Fotografia: Flávio Rebouças
Som: Marise Urbano
Direção de Arte: Amanda Lima
Assistente de Câmera e Segunda Câmera: Paula Ortiz
Loggers: Ada Regina e Aleph Pereira