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Da Redação | Foto: Edielson Shinohara

Inspirada nos azulejos portugueses, Paola Pinheiro monta uma performance de dança que discute cuidados, afeto e memória em relação à cidade de Belém. “Corpo Degradado”, além de chamar atenção para o descaso em relação aos edifícios históricos, faz uma crítica sobre a falta de autocuidado das pessoas. O ato poético acontece às 17h, deste domingo (17), em frente a um dos casarões da Cidade Velha (na Rua Dr. Rodrigues dos Santos com a Avenida Almirante Tamandaré, nº 305), e poderá ser assistido gratuitamente.

A performance surgiu da pesquisa de Paola para seu TCC sobre repetição em dança, traçando um comparativo com as fachadas de prédios do centro histórico de Belém com Portugal. “Fui para especialização e lá eu percebi essa repetição como uma forma de sensibilizar o corpo, então eu foquei nisso e criei uma metodologia senso-criativa que utilizo nesse projeto”, revela Paola.

Um dos focos de “Corpo Degradado” é sobre os sentimentos da artista em relação ao bairro. “Minha avó materna morou na Cidade Velha e hoje a casa dela não existe mais, foi demolida para dar espaço a um prédio”, relata a artista que, por meio de seu trabalho, critica a degradação do local que faz parte da história da cidade e de seus habitantes. 

“Acho que falar sobre nosso maior patrimônio, que é o corpo, e fazer essa ligação com um patrimônio da nossa cidade que está sendo degradado é uma oportunidade de provocar uma reflexão sobre nossas atitudes e o que estamos fazendo pra preservar nossa cultura também”, complementa Paola.

Por mais que sua performance diga muito sobre a situação atual dos casarões e prédios antigos na Cidade Velha, ela também está intimamente entrelaçada ao corpo em um duplo comentário sobre degradação. “É uma performance intimista, então a expectativa é que o público se sinta à vontade para se aproximar, tocar, e vivenciar a obra junto comigo”, diz a artista.

“Corpo Degradado” é um convite para que o público reflita sobre as degradações que acontecem na nossa cidade e no próprio corpo. “É uma performance que vai acontecer na rua, com o intuito de ocupar esse espaço e mostrar a potência cênica que a rua tem. A fachada do casarão antigo se transforma em cenário e o corpo ocupa as ruas que viram palcos onde a dança está presente”, finaliza Paola.

Serviço:

Performance “Corpo Degradado”

Data: domingo (17 de dezembro). 

Horário: 17h

Local: Rua Dr. Rodrigues dos Santos com a Avenida Almirante Tamandaré, 305 – Cidade Velha.

Evento Gratuito

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